PROGRAMAS DE ACELERAÇÃO X MBAs

Formei e agora?

Há algumas décadas, terminar o ensino médio era sinal de garantia de emprego. Depois de um tempo, começou a ser necessário um graduação para ter essa garantia e mais recentemente começou a ser necessário uma pós graduação. Até onde vai esse ciclo?

Uma corrente divergente, começou a seguir caminhos diferentes procurando ter experiências práticas ao invés de apenas conhecimento teórico. longe de mim menosprezar o conhecimento teórico, apoio todas as pessoas que lêem, acompanham pensadores e especialistas e se munem com informação antes de sair metendo os pés pelas mãos, mas acredito que uma parcela importante do aprendizado está em tentar e, em muitas vezes, no errar.

Minha trajetória profissional, foi um tanto quanto incomum. Me graduei em Ciências Biológicas na UFMG, comecei a trabalhar com empreendedorismo e inovação em estágios e quando fui contratado pelo Instituto Inovação resolvi que precisava de uma formação em gestão. Sendo assim, fiz uma pós em gestão na Fundação Dom Cabral, na época uma das 10 melhores escolas de negócio do mundo. Poucos anos depois, ajudei a criar o Tropos Lab, onde sou sócio até hoje com mais 3 pessoas. Mas porque minha trajetória foi incomum?

Dentro da graduação de Ciências Biológicas, me envolvi com projetos como o movimento de empresas juniores e a incubadora de empresas da UFMG, consigo contar nos dedos quantos biólogos fizeram esse mesmo caminho. Quase todos trabalham com empreendedorismo e/ou inovação a propósito.

Dentro do Instituto Inovação, participei de um programa chamado MBI (multiplicadores Brasileiros de Inovação) um programa onde os próprios participantes, traziam os conteúdos. Os alunos estudavam, traziam os conteúdos e davam as aulas, que a propósito, o tema eram eles (nós no caso) que decidiam.

Apesar de ter sido estagiário, nunca tive um processo de estágio tradicional, sempre tive total autonomia (e responsabilidade) de resolver os problemas dos projetos que me envolvi. Isso é muito comum em empresas que desenvolvem projetos muito inovadores, ninguém passou por aquilo antes, então não tem ninguém para te ensinar o caminho.

Esse formato de carreira / aprendizado (que a propósito segue sendo assim na minha vida), me preparou muito mais do que vários conteúdos em que eu enviei a cara nos livros. Quando eu, um biólogo, fui fazer a minha especialização em gestão, pelo menos metade dos conteúdos eu já conhecia e muitos inclusive eu já tinha aplicado em algum projeto.

Essa percepção de que o aprendizado prático é muito mais eficiente não é algo só meu. É algo comum na minha geração e nas gerações que vieram depois de mim.

Nesse contexto, começaram em 2011 a surgir os programas de aceleração no Brasil. Logo percebeu-se que os programas de aceleração não podiam seguir o modelo americano. Nas aceleradoras americanas, os empreendedores precisam de conexões e contato com mentores que já passaram pelo processo. Só isso. Aqui no Brasil, precisamos de criar a base de conteúdos com temas como Customer Development, Canvas, Design Thinking, MVP, etc. Lá eles aprendem isso na universidade. Isso fez com que nossas aceleradoras se tornassem mais conteudistas e menos business.

Talvez por isso, tenhamos observado um movimento de “empreendedores” jovens que se juntaram a programas de aceleração para aprender sobre gestão.

Mas e ai? Onde eu vou para aprender sobre gestão? Para o um MBA ou para um programa de aceleração.

Para mim, depende do seu objetivo final. Você quer empreender ou quer seguir uma carreira de executivo? Para empreender uma aceleradora será 20 vezes melhor, mas ela não conta em nada no seu currículo na hora de conseguir a vaga de gerente.

Na dúvida? Faça os dois. Gosto sempre de ter planos Bs. Se por acaso o Tropos Lab não for para frente, a minha principal chance de conseguir um emprego em uma grande empresa é por conta do meu MBA, por outro lado, as empresas precisam se reinventar e é nas aceleradoras e não nos MBAs que estão as novas metodologias para isso.

Gostou do post? Quer saber mais sobre os nossos programas?

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Por |2018-03-06T08:00:59-03:0006/03/2018|artigos, empreendedorismo|

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Atuo no mundo da inovação desde 2008. Já atuei em incubadora, consultoria e aceleradora, acelerando mais de 900 startups. Sou formado em Ciências Biológicas e Especialista em Gestão, e por isso gosto de misturar mundos diferentes para trazer mais inovação para o meu dia-a-dia. Coordeno os programas da Troposlab e crio novas metodologias de aceleração, atuando diretamente com mais de 50 grandes empresas. Além disso, tenho um lado nerd (ficção científica, heróis, histórias de aventura, etc).
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