COMO O DRESS CODE PODE INFLUENCIAR NO SEU TRABALHO E NA SUA STARTUP

Um grupo de jovens, trabalhando de bermuda e chinelo, revezando entre um café e uma cerveja ao longo do dia e/ou da noite.

Essa cena tem se tornado cada vez mais comum dentro de coworkings e escritórios de startups espalhados pelo mundo. Existe algo de transgressor dentro do mundo de startups, afinal de contas o mundo de trabalho até então prezava mais por ternos e gravatas do que por produtos de qualidade ou melhores taxas de crescimento.

Essa transgressão inclusive é refletida em outros artefatos como a imagem abaixo:

Mas será que essa transgressão hoje em dia, ajuda ou atrapalha mais?

Antes de mais nada, devo explicar que não sou especialista em dress code (códigos de vestimenta, regras muitas vezes não ditas de como se vestir em cada ambiente). Sou apenas um observador que já passou por vários ambientes de startups nos últimos anos.

Cada ambiente, possui características próprias que são muitas vezes refletidas na maneira com que as pessoas se vestem e se comportam:

  • Escritórios de advocacia e principalmente fóruns e tribunais, demandam que os advogados vistam ternos, gravatas ou no mínimo calças e camisas sociais.
  • Áreas de operação das fábricas demandam uniformes e EPIs.
  • Locais de prática de esporte como academias e centros poliesportivos combinam muito bem com roupa de ginástica

Mas nem todo ambiente é tão definido assim. Embora não seja regra, hoje é comum que o dress code de áreas administrativas de grandes empresas inclua camisas sociais e calça jeans para os homens e roupas equivalentes para as mulheres. Da mesma forma que em ambientes de startups as bermudas e chinelos, ou pelo menos as camisetas e tênis, tenham muito mais espaço.

Até aí tudo bem. Cada um no seu quadrado, usando as roupas que te fazem sentir melhor e que você considera adequadas para o seu momento. Mas e quando esses mundos interagem?

Se por um lado as startups, principalmente no Brasil, precisam das grandes empresas como primeiros clientes-investidores, do outro as grandes empresas precisam das startups como fonte de novas soluções.

O problema é que esses dois mundos falam línguas diferentes. Não que a roupa seja a grande responsável por esse distanciamento, mas com certeza ela também influencia nisso.

Nós seres humanos somos uma espécie social, ou seja acostumada e direcionada pela evolução a viver em grupos. Parte das características que evoluíram conosco e nos trouxeram até aqui, tem a ver com se sentir mais confortável com o que é mais parecido conosco. O seu corpo, mesmo que você não controle ou perceba, tenta imitar o corpo de alguém que está falando com você.

  • A postura corporal
  • A linguagem e escolha das palavras
  • A roupa

É por isso que é quase incontrolável bocejar quando você vê alguém bocejando. É o seu corpo dizendo: “Nós somos parecidos, me aceite”.

Desde 2013 meu dia a dia tem sido em ambientes de inovação. Seja nos mais de 40 programas de aceleração que a TroposLab já rodou, seja em outros tantos espaços que eu já visitei. A verdade é que em geral, os representantes de grandes empresas, quando começam a visitar esses espaços, se sentem mais a vontade de interagir com empreendedores que se parecem mais com eles (idade, forma de se comunicar e também dress code). Já existem muitos elementos diferentes naquele ambiente (pufs, cabines de skype, paredes coloridas, piscinas de bolinha, escorregadores, etc) e por isso, eles procuram um elemento de segurança.

Não estou dizendo que você não possa/não deva usar as roupas que te deixem confortável ou expressem o que você se pensa, mas no ambiente de trabalho, quando alguém te vê como um igual, isso facilita o processo de segurança e consequentemente da venda.

Por |2023-05-22T12:10:24-03:0015/05/2019|RH e carreira|

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Atuo no mundo da inovação desde 2008. Já atuei em incubadora, consultoria e aceleradora, acelerando mais de 900 startups. Sou formado em Ciências Biológicas e Especialista em Gestão, e por isso gosto de misturar mundos diferentes para trazer mais inovação para o meu dia-a-dia. Coordeno os programas da Troposlab e crio novas metodologias de aceleração, atuando diretamente com mais de 50 grandes empresas. Além disso, tenho um lado nerd (ficção científica, heróis, histórias de aventura, etc).
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