Metodologias ágeis e visão de futuro na RHI Magnesita

  • Time do CPqD da RHI Magnesita, envolvido no programa de inovação

O Desafio da RHI Magnesita

A RHI Magnesita, empresa que é hoje líder mundial no setor de refratários, busca transformar o setor e os seus clientes por meio da inovação transformacional/disruptiva aplicada a suas soluções para o mercado. Surgida em 2017, após a fusão da Magnesita (Brasil) e RHI (Áustria), a RHI Magnesita definiu em 2018 uma estratégia robusta e ousada com foco em lançar tendência entre clientes-chave no longo prazo e, para isso, ela está comprometida em investir nas pessoas como parte da estratégia do seu negócio.

Com uma presença global em mais de 100 países, 35 unidades de produção e 13 unidades de matéria-prima, a RHI Magnesita investe em 4 Centros de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD) próprios para desenvolver soluções para os seus clientes. O único CPqD localizado na América Latina está em Contagem-MG e desenvolve produtos inovadores para centenas de clientes. Entendendo a importância estratégica de investir na capacitação dos seus colaboradores, o CPqD Contagem realizou, em parceria com a Troposlab, um programa de inovação para desenvolver as habilidades e competências dos pesquisadores de forma que gerem inovação proativa, transformacional e com foco no cliente por meio do intraempreendedorismo.

O Programa de Inovação

O programa de inovação foi desenhado por nós da Troposlab, que temos experência e expertise em elaborar processos comportamentais para gerar resultados de inovação. O objetivo principal do projeto de intraempreendedorismo foi aumentar a capacidade do time de P&D em desenvolver inovação de forma proativa, ágil e voltada para o futuro. Para isso, foram trabalhadas as diferentes visões de processos de inovação, gerados materiais táticos e estratégicos, incorporadas novas metodologias de gestão ágil e co-construídos processos e ritos internos. Para que fosse possível alcançar esse objetivo, o projeto foi dividido em fases e trilhas de desenvolvimento e aprendizado, como mostrado na Figura 1.

Figura 1. Estrutura do Programa de Inovação - Fases e trilhas.

Figura 1. Estrutura do Programa de Inovação – Fases e trilhas.

Conhecendo o passo a passo

  • Workshop de Inovação

O alinhamento do time é o primeiro passo de toda iniciativa ou atividade, por isso o Workshop de Inovação foi o ponta pé inicial do programa. A finalidade deste momento foi o alinhamento de conceitos de inovação e práticas de gestão da inovação, e o engajamento e sensibilização dos participantes. Neste dia estiveram presentes colaboradores de diversas áreas da empresa e de interação direta com o CPqD: Indústria 4.0, Technical Marketing, PMO, Quality Assurance, Quality Manegement, além dos pesquisadores do CPqD. Em toda iniciativa de inovação corporativa é importante ter o envolvimento das diversas áreas da empresa para que as variadas visões sejam compartilhadas.

  • Buscando parceiros para inspirar e acelerar a Inovação

Encontrar parceiros para o desenvolvimento de novas tecnologias é uma parte vital para todas as empresas que querem inovar. Sendo assim, a Troposlab fez uma busca no Brasil por potenciais grupos de pesquisa, instituições de Ciência & Tecnologia e centros e fundações de pesquisa que poderiam interagir com a RHI Magnesita no desenvolvimento de inovação transformacional. As startups são organizações que conseguem desenvolver e escalar/replicar soluções inovadoras, por isso, aprender e trabalhar em conjunto com essas organizações é estratégico para as grandes empresas com desejo de inovar. Assim sendo, a Troposlab indicou mais de uma centena de startups brasileiras que estavam alinhadas com a estratégia da RHI Magnesita.

  • Desenvolvendo a visão de futuro 

Exercitar uma visão contemplativa do futuro é necessário para a construção de estratégias e planos de médio e longo prazo, principalmente quando falamos de inovação transformacional. Construir cenários futuros e prospectar como poderá ser o mundo e o mercado em 30 anos é um exercício realizado por grandes corporações para definir os seus investimentos de longo prazo em tecnologias disruptivas, como fazem a Petrobras e a Shell. Nessa trilha, um grupo de colaboradores em cargos estratégicos do CPqD, PMO, Technical Marketing, Master Data e Indústria 4.0 desenvolveram a competência de visão do futuro, sendo capazes de analisar atores e variáveis que influenciam os acontecimentos no mundo para, posteriormente, construir estratégias e planos de ação para o setor de P&D. 

  • O caminho ágil no desenvolvimento aplicado

Desenvolver soluções focadas no cliente não é uma tarefa fácil e comum dos times de P&D. Tendo isso em vista, o Workshop de Metodologias Ágeis foi o momento do pontapé inicial da frente de Aceleração de Projetos. Os participantes aprenderam a metodologia de Design Thinking e foram apresentados a algumas ferramentas de entendimento do cliente e do problema, essenciais para o desenvolvimento de produtos mais assertivos para o mercado. Neste dia, os 3 times foram definidos e as tecnologias/projetos foram escolhidos para serem acelerados.

As Metodologias Ágeis, usualmente utilizadas pelas startups, são uma forma de gestão de projetos para o desenvolvimento de produtos de maneira mais assertiva, em comparação com o modelo tradicional de setores de P&D. Em conjunto com a metodologia ágil, as 3 equipes também aprenderam a utilizar e adaptar as ferramentas da gestão ágil para serem utilizadas com as particularidades dos trabalhos realizados no CPqD. Cada projeto acelerado nessa trilha tinha a sua particularidade, seja ele um projeto de ciência básica e com características de “market pull”, seja ele um projeto voltado para a verticalização da produção de refratários ou para gerar receita com os co-produtos gerados nos processos de produção internos. 

  • Mudança Comportamental

Todo processo de aprendizagem e de mudança de cultura exige em algum nível uma mudança de comportamento dos participantes e também das práticas culturais. As Jornadas de Aceleração e de Tendências foram desenhadas pela Troposlab a partir de uma construção sistemática de estratégias técnicas para o desenvolvimento comportamental, sendo que cada trilha possui um nível de complexidade diferente. Ao final do programa é notória a mudança de comportamento e desenvolvimento de habilidades para a abertura a ideias, percepção analítica, desejo por aprendizagem, identificação de oportunidades, criação inovadora e relacionamento interpessoal. Todas essas habilidades são necessárias para que as organizações construam processos perenes de inovação.

  • Repactuando o caminho de inovação com o time e consolidando aprendizados 

Assim como a inovação, que é gerada com a contribuição de visões diversas, a estratégia e o Plano de Inovação para o CPqD Contagem foram construídos de forma colaborativa pelos participantes do programa, como forma de gerar uma visão alinhada entre o grupo que também reconhecesse os aprendizados gerados. Estes conhecimentos e experiências únicas foram vitais para a construção de um novo CPqD, que estivesse mais preparado para atingir as metas estipuladas pela RHI Magnesita. Por isso, o momento de co-construção do desdobramento da estratégia foi importante na medida em que os colaboradores construíram novos processos internos, redefiniram estratégias para o CPqD e construíram o Plano de Inovação para o curto e médio prazo. Todo este trabalho levou o time envolvido no programa a construir o projeto do CPqD 2.0, que é um centro de pesquisa mais preparado para lançar as tendências inovadoras no setor de refratários.

  • Apresentação dos resultados para a empresa

Toda grande conquista merece ser comunicada, apreciada e comemorada, e no programa de inovação da RHI Magnesita isso não seria diferente. O último dia de atividades foi o Demoday, momento em que foram exibidos os resultados obtidos de cada uma das frentes, ressaltando principalmente as mudanças internas que o programa trouxe para o time envolvido e a organização. Foram apresentados os aprendizados dos pesquisadores com a utilização da metodologia ágil e as suas ferramentas nos projetos de P&D, além do planejamento que foi construído a partir dos cenários futuros prospectados.

Chegamos ao final desse percurso com diversos resultados positivos para o time de Contagem, como o novo processo de desenvolvimento de projetos de pesquisa e inovação, que foi criado pelos participantes durante a Jornada de Aceleração de Projetos; novas ferramentas, como o Technology Roadmap, para auxiliar na gestão dos projetos internos e materiais táticos e estratégicos para dar suporte à alta gestão do P&D ;e um salto no desenvolvimento e avanço em projetos de pesquisa e planejamento estratégico para o CPqD.  Todas essas mudanças foram validadas pelos pesquisadores como uma forma de tornar as pesquisas mais assertivas e alinhadas com os negócios da empresa. Além disso, durante a jornada no programa de inovação, o Centro de Pesquisa liderou a criação de um grupo de pesquisa nacional sobre “Redução de CO2 na Indústria”, que envolve empresas como Petrobras, Shell e Arcelor Mittal e instituições de pesquisa como UFMG, UFOP, UFScar e UFRJ. Em relato durante o Demoday, o CTO da RHI Magnesita, Luis Rodolfo, comentou que todo esse trabalho e dedicação ajudou o CPqD Contagem a sair na frente e se destacar dentre os seus pares na multinacional, além do programa ter ajudado no aumento da assertividade e alinhamento dos pesquisadores e suas pesquisas com os negócios e metas da empresa.

Para além desses fatos, é possível observar que o programa de intraempreendedorismo vai além dos resultados concretos de projetos, como vendas de novos produtos, novos materiais estratégicos e redesenho de estruturas internas. O principal objetivo deste programa de inovação foi a mudança de cultura interna no CPqD da RHI Magnesita, para que a inovação possa ser estruturada e operacionalizada de maneira sustentável. Alguns colaboradores deixaram o seu relato sobre a sua experiência, em alguns deles é possível perceber as mudanças que foram geradas em 3 meses de projeto.

“Espero que este seja um input inicial para todas as mudanças que estão por vir no CPqD. Mudanças que nos auxiliem a criar um ambiente inovador, produtivo, questionador e otimizado. Desta forma, sem dúvida, teremos a oportunidade de contribuir cada vez mais para o atingimento das metas e, principalmente, para manter a atratividade/perenidade do business. Nenhuma mudança significativa acontece de forma simples e sem dor, mas elas são necessárias para mudar o patamar em que nos encontramos. Obrigada!”

Anônimo

“O processo vivenciado ao longo dos últimos meses representou não apenas uma mudança de mentalidade, mas também uma mudança na forma de agir e desempenhar as minhas atividades. Ficou clara a importância de contar com o apoio de equipes multidisciplinares para realizar qualquer projeto e a necessidade de olhar para o futuro e para fora do ambiente de pesquisa e desenvolvimento na busca de soluções/tecnologias que possam agregar valor para a companhia.

Como próximo passo, fica a lição de transportar todos esses novos conceitos e experiências no tema inovação para o dia a dia a fim de desempenhar meu papel como pesquisadora e protagonista da inovação de maneira assertiva.”

Tamara

“Fazer as coisas certas é mais importante do que fazer certo as coisas. Esse processo nos mostrou como é importante atacar as verdadeiras dores dos nossos clientes, racionalizando os nossos já escassos recursos de tempo e dinheiro. Mas isso por si só garante o hoje apenas. É a inovação, a mente aberta, o se permitir “viajar” que irá garantir o nosso salto para o amanhã. Fazer parte de um ambiente aberto à inovação, com acesso a grandes oportunidades, é algo inovador. Afinal de contas, quem disse que a inovação só está no ambiente de trabalho?”

Daniel

Ter uma organização inovadora não é algo trivial, segundo Joe Tidd (Gestão da Inovação, 2015), o sucesso da inovação depende de dois ingredientes básicos: fontes técnicas (pessoas especialistas, equipamento, conhecimento, dinheiro, etc.) e competências na organização para gerenciá-las. Criar um ambiente propício à inovação é o primeiro passo que uma organização deve dar, e isso só é possível por meio da mudança de cultura. Investir no treinamento dos colaboradores para que eles desenvolvam habilidades e competências, a fim de serem capaz de entender, planejar e executar a inovação é a base que uma organização precisa para gerar inovação sistemática e proativamente.

Se quiser saber mais sobre como desenhar um programa sob medida para os desafios da sua empresa, como fez a RHI Magnesita, basta entrar em contato com a gente. 

Por |2022-11-04T10:38:03-03:0009/09/2020|Case|

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