Tesla, bitcoins e a curva de adoção de inovação

Tesla compra bitcoins: um exemplo de como evoluem novas tecnologias e inovações

Em fevereiro de 2021 a Tesla anunciou ter comprado o equivalente a US$ 1,5 bilhão em bitcoins para seu patrimônio, além de ter anunciado que começaria a aceitar a criptomoeda como pagamento para aquisição de seus carros elétricos. Mostra mais uma vez, que é uma startup ligada ao futuro.

A Tesla não é a primeira (nem a última) empresa a fazer isso. Apesar disso, por ser uma empresa muito mais popular e visada por investidores, seu movimento e aposta no bitcoin representa um grande marco na história dessa inovação financeira, por trás da qual há a tecnologia Blockchain.

Esse é um exemplo perfeito de como funciona a adoção de novas tecnologias. Vou explicar isso abaixo, falando da Curva de Adoção de Inovação e pontuando alguns marcos na história do bitcoin.

Entendendo o processo adoção de novas tecnologias com o bitcoin

A Curva de Adoção de Inovação é um gráfico que segmenta o público de uma tecnologia ou mercado em “ondas” ou “fases”, de acordo com a disposição a testar coisas novas que cada um tem.

Ela considera cinco públicos diferentes:

  • Inovadores (2,5%)
  • Early Adopters ou Adotantes Iniciais (13,5%)
  • Early Majority ou Maioria Inicial (34%)
  • Late Majority ou Maioria Plena (34%)
  • Laggards ou Retardatários (16%)

Curva de Adoção de Inovação - Bitcoin

Essa Curva de Adoção da Inovação é uma forma de simplificar a lógica pela qual passam as inovações ou novas tecnologias em seu processo de maturação e inserção no mercado.

O passado do Bitcoin: primeira fase de adoção de tecnologias

Por exemplo, em um primeiro momento, a tecnologia pode ser adotada apenas por aquelas pessoas “antenadas” ou que estudam de forma aprofundada mercados ou tecnologias, os chamados “inovadores”. 

No caso do Bitcoin, que foi criado em 2009, os primeiros a utilizarem a criptomoeda foram seus criadores, pessoas próximas, ou alguns “nerds” da área de programação. 

A tecnologia blockchain estava sendo testada no bitcoin, cujo uso ficou bem limitado a testes e provas técnicas até o dia 22 de maio de 2010. Esse dia é conhecido como o “Bitcoin Pizza Day”, no qual um morador da Flórida, EUA, pagou 10.000 bitcoins para adquirir duas pizzas tamanho grande. Foi a primeira prova de conceito da criptomoeda sendo usada para pagamentos e inaugurou sua entrada na Curva de Adoção de Inovação, sendo usada apenas pelos inovadores, por enquanto.

Bitcoin foi evoluindo lentamente, caindo nas mídias em 2017, devido a sua valorização sem precedentes, indo da faixa de US$900 para US$20.000 por 1 bitcoin. Aos poucos mais e mais inovadores foram entrando nesse mundo.

O presente do Bitcoin: segunda fase de adoção de tecnologias

Após essa “era dos loucos”, o próximo passo de um produto ou tecnologia é chegar aos Early Adopters ou Adotantes Iniciais. Esse público é de pessoas “menos loucas”, mas que têm um problema urgente o bastante para aceitar uma solução ainda jovem. São o público que consolida a adoção da tecnologia por ao menos um nicho de mercado específico, abrindo caminho para que outras pessoas que têm o problema menos urgente (a maioria) verificar como foi a experiência antes de “entrar na onda” também.

Isso nos traz de volta para fevereiro de 2021, quando a Tesla comprou bitcoin. Bitcoin, até então, já foi usado como forma se proteção contra inflação em alguns países em que ela está descontrolada, como Venezuela e Argentina, por exemplo, mas a entrada da criptomoeda no ramo empresarial de forma mais sólida abre um novo campo de possibilidades para sua expansão, especialmente em seu uso como moeda de troca.

É por isso que eu diria que a compra de bitcoins pela Tesla foi um marco na história dessa nova tecnologia. O movimento foi tão significativo que poucos dias depois outras grandes e relevantes empresas como Paypal e MasterCard também formalizaram sua intenção de trabalhar com bitcoin e intermediar pagamentos com a criptomoeda.

E o que você pode aprender com a curva de adoção de inovação e todo o restante?

Toda inovação ou tecnologia realmente disruptiva costuma ter um tempo de maturação que, embora varie de caso a caso, acaba sendo necessário. Bitcoin já existe desde 2009, e só em 2021 está começando a ter penetração significativa no público. Em compensação, as possibilidades de inovação dessa tecnologia disruptiva são bem grandes.

A validação técnica, a ação dos “loucos” e inovadores, depois a adoração pelos primeiros clientes, cada fase tem suas particularidades, desafios e oportunidades também.

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Por |2022-11-04T10:15:00-03:0011/03/2021|tecnologia|

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Sou engenheiro, empreendedor e mentor de startups. Já dei mentoria para mais de 230 startups e projetos, em mais de 30 programas de inovação. Sou especialista em modelagem de negócios e ajudo pessoas a empreender. Gosto de tocar violão, faço trocadilhos (que os colegas de trabalho adoram...) e sou bem nerd (com jogos de computador, Star Wars e tudo mais). Mas também sou interessado pela vida humana, estudante de Logosofia e eterno aspirante ao saber, inquieto com o Universo e seus mistérios.
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