Hoje startups são quase um sinônimo de inovação. É praticamente impossível imaginar um setor da economia se desenvolvendo sem que alguma, ou quase sempre muitas, startups envolvidas.
Há alguns anos acompanhamos o início da batalha entre Uber e Taxi. Sim há alguns anos. O Uber chegou no Brasil em 2014. Já há quase incríveis 4 anos. Mas o que aconteceu nesses quatro anos? Para ajudar a contar essa história, dividi a minha visão dessa história em fases:
1- “É só modinha, nunca vai dar certo”
Como toda inovação, quando o Uber chegou no Brasil, nos primeiros meses, ainda era algo de nicho. Eles utilizaram aqui a mesma estratégia utilizada em qualquer país ou cidade que entram. Primeiro apenas os melhores carros, o chamado Uber Black. Por isso o público do Uber refletia esse nicho de classe A, conectada e adepta de novas tecnologias. Alguns acharam que esse era o caminho do Uber. Não preciso nem dizer o quanto estava enganados.
2- “Não é seguro, vamos avisar nossos clientes”
Não demorou muito tempo e os taxistas começaram a ver que o seu monopólio estava ameaçado. Mas calma, a maioria das pessoas nunca tinha usado um aplicativo para motoristas não credenciados pela prefeitura. Era só avisar a todos dos riscos envolvidos. Novamente não poderiam estar mais enganados. O boca a boca superava em muito o discurso e os boatos que surgiam sobre os aplicativos de motoristas particulares.
3- “É ilegal, vamos pressionar a sociedade”
Uma vez que os clientes não estavam se simpatizando pela causa dos taxistas, a tática mudou. Organizados através das cooperativas, muitos taxistas começaram a tentar pressionar a sociedade de outras formas.
Esse foi o combustível da ascenção do Uber.
De um lado os taxistas faziam protestos fechando as ruas da cidade. Do outro, o Uber dava sorvete de graça.
De um lado os taxistas ameaçavam os motoristas de Uber. Do outro, o Uber dava descontos.
Não é difícil imaginar que a cada ação incoerente dos taxistas os defensores do Uber aumentavam
4- “A porteira está aberta, vamos entrar pessoal”
O Uber foi o primeiro grande aplicativo de transporte individual do Brasil, mas não foi e não é o único. Depois de quebrada a barreira cultural de aceitação desse tipo de transporte, a porteira estava aberta para os demais aplicativos que surgiram depois (Cabify, 99 pop, entre outros). E para o cliente isso foi ótimo. Todo o dia novas promoções na tentativa de puxar o cliente para o seu aplicativo.
Para os motoristas isso foi ótimo também. Benefícios e mais benefícios para quem trouxesse outros motoristas ou fizesse corridas em áreas ainda sem cobertura. Muitos desses ex-motoristas de taxi, que como não eram donos das placas, iriam rodar no formato que lhes desse mais dinheiro.
5- “Te encontro no meio do caminho”
Hoje, estamos caminhando no Brasil para uma solução no meio do caminho. Finalmente o governo parece estar chegando em uma conclusão de regras mínimas para que esses aplicativos funcionem. Mas para o público final a principal batalha foi ganha: é o fim do monopólio e do limite artificial do número de motoristas. Isso causa uma concorrência enorme e só beneficia o cliente final.
Sobre as próximas batalhas, vemos as Fintechs que podem substituir os bancos. Cada vez mais aplicativos de entregas que podem substituir correios e demais empresas de logística. E por fim a telefonia, que a não ser que migre para prover internet, vai morrer.
É isso que vai acontecer nas próximas brigas entre startups e os players que elas substituem? Bem, não tenho essa resposta, mas aprender com o passado é uma boa maneira de refletir sobre o que pode acontecer no nosso mercado.
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