Que os Millennials mudaram o comportamento dos mercados, todos sabemos. O termo economia compartilhada vem sendo falado e retratado em formas de consumo há pelo menos 15 anos, e representa uma boa parte dos valores desta geração. Acredito que o nascimento disso tudo venha da palavra desperdício, que motivou a mudança de pensamento do ter a posse, para o poder utilizar, fazendo com que as pessoas comprassem apenas a quantidade necessária, de qualquer coisa.
Mas este modelo de consumo não surgiu apenas com o nascimento desta geração. Pensem em utilities, como água, luz e gás. Você só paga por aquilo que consome, certo? Não seria esse o modelo mais justo de cobrança?
Existe uma tecnologia que permitiu o surgimento de negócios digitais com este formato, que é a Cloud Computing. Quando Marc Benioff criou a Salesforce, em 1999, pouco se conhecia sobre esta tecnologia, porém ele entendeu que era necessário começar a olhar para softwares a partir de um outro ponto de vista. Nesta época, o surgimento de empresas de base tecnológica (hoje chamadas de startups) estava crescendo, e elas tinham necessidade de estruturar seus dados, processos e gestão de alguma forma. As opções de software naquela época exigiam um Capex altíssimo, tornando o acesso aos mesmos quase impossível para empresas em estágio inicial.
Benioff então entendeu que poderia oferecer este software como serviço, ou “software on demand”, onde o cliente paga um valor mensal por um plano que atende exatamente as necessidades dele, não mais, nem menos. Genial, não é?
Hoje todos nós fazemos uso de serviços como este. Se você assina Netflix, por exemplo, está utilizando um software como serviço. Você não possui nenhum dos títulos que estão disponíveis no Netflix, porém tem o direito de acessar cada um deles, na hora e lugar que escolher. Nesta categoria estão outros tantos nomes conhecidos, como Spotify, Dropbox, Google Drive, etc.
Se por um lado este modelo de negócio veio para atender às necessidades de uma geração desapegada, do outro se tornou muito vantajoso financeiramente, pois traz o modelo de recorrência para as empresas. Além disso, quando se coloca uma solução na ótica de serviços, você permite que o seu usuário interaja com você muito mais vezes do que se comprasse o produto uma única vez.
Para a empresa é excelente, pois passa a conhecer muito melhor o perfil do seu cliente através de cada uma das interações com a solução. É um fluxo bidirecional de informação, que gera dados para os dois lados. A função da empresa, neste caso, é saber trabalhar bem estes dados para oferecer de volta ao cliente em forma de novas soluções e melhoria da experiência do usuário, este segundo sendo muito mais importante para esta geração, do que ter a posse qualquer coisa.
Tenho visto o surgimento de vários modelos ‘as a service’. Platform as a service, Infrastructure as a service, Energy as a service… Acredito que esta seja uma tendência fortíssima para os próximos anos.
Você conhece algum produto que tenha fit com este modelo de negócio? Envie-nos uma mensagem e vamos falar mais sobre esse assunto.