A diferença entre a resposta e a solução

Minha ideia hoje é compartilhar uma reflexão, entre tantas que a gente faz mas que se mostrou de valor para algumas pessoas com quem discuti. Há alguns dias, conversando com um parceiro ouvi uma frase que saiu com muita espontaneidade e naturalidade:

“Para dar uma solução você precisa escutar de verdade o cliente, se não, pode ser que esteja dando só uma resposta.”

É uma coisa simples, que faz muito sentido, mas não é muito intuitiva.

Em um mundo de pesquisas do google e de gerações que se formam a partir de respostas e com cada vez menos paciência para escutar histórias e participar de contextos fora de sua zona de conforto, oferecer soluções pode se tornar um “parto” cheio de complicações.

No ambiente empreendedor isso tem um impacto especial. Sem chegar a soluções profundas, você dificilmente tem um negócio forte. E sem escutar verdadeiramente o cliente, você definitivamente não terá um serviço bom. Sem escutar o cliente da forma como estou dizendo, não tem Customer Development.

Por isso, quando falamos de habilidades empreendedoras em ambiente de inovação, a empatia é fundamental. Ela que te permite escutar de verdade e construir, na intersecção entre seu conhecimento e a experiência do seu cliente, uma SOLUÇÃO.

Empatia é quando você consegue incorporar um personagem, simulando seus pensamentos e antecipando suas reações, porque você entende a lógica de valores e o contexto dele, mesmo sendo diferente do seu. E esse personagem é seu interlocutor.

Assim, a empatia envolve a capacidade de compreender um padrão de decisões e o que o controla, entender como um contexto gera emoções diferentes, e mais do que isso, é a capacidade de mostrar para o interlocutor que você está nesse papel, com comentários, expressões e atenção que reflitam isso.

Sempre digo: você sabe quando uma pessoa não está te entendendo, não está na mesma vibe sua, certo? Porque acha que outras pessoas não vão perceber que você não está? Porque elas não perceberiam que você não está sendo sincero? Porque não perceberiam que não está prestando atenção?

Essa pessoa é seu cliente, seu funcionário, seu parceiro, seu sócio.

Pois é. Então, o que temos que fazer é nos entregar a esses encontros e prestar atenção, muita atenção, perguntar sobre o que as pessoas estão sentindo e porque, para aprender sobre o contexto. E nos expor bastante a ambientes e pessoas diferentes de nós, sem julgar, para aprender. De outra forma, a gente vai dar uma resposta, e essa pessoa provavelmente não vai ficar satisfeita, e nenhum dos dois vai saber porque, afinal, a resposta parece boa!

É incrível né?! Ser mais humano te ajuda a ser um melhor empreendedor.

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Sou psicóloga e mestre em Administração. Trabalho com inovação desde 2005 e nesse caminho me formei também com o Steve Blank, Marc Stickdorn e Jurguen Appelo. Conhecendo inovação, comportamento, novas formas de gestão e design, repenso a gestão da inovação nas grandes empresas, com enfoque nas pessoas e ambiente, indo além de processos e ferramentas. Sou idealista, mãe, amante da boa música e da arte. Nas horas livres você pode me ver correndo por aí, viajando ou brincando feroz com balões de água.
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