Como as práticas empreendedoras se multiplicam para formar os ecossistemas de startups e empreendedorismo.
Empreendedorismo no passado
Quem acompanha a evolução dos ambientes e conceitos empreendedores sabe que há pouco tempo o termo empreendedorismo desencadeava pensamentos negativos e barreiras de vários tipos.
As grandes empresas achavam que não deveriam ter profissionais empreendedores porque eles certamente sairiam de lá para abrir seus próprios negócios. As universidades, principalmente públicas, temiam que o capitalismo ganhasse espaço e desviasse os objetivos de geração de conhecimento. Aventura, risco, ganância, ousadia, seriam algumas tags na época antes dos uso das tags.
Banalização ou difusão do empreendedorismo
Hoje as pessoas se assustam ao ver o termo sendo utilizado para quase tudo em um processo de “banalização” desenfreada que chega nas novelas, nas escolas, nas propostas políticas.
O cuidado com o conceito tende a nos levar para uma avaliação negativa desse processo de “apropriações indevidas”, que pode ser tão superficial quanto e, certamente, mais prejudicial. Hoje queremos refletir sobre uma abordagem cultural evolutiva do termo, que por consequência é muito inclusiva.
Críticas mais radicais acusam ainda uma invasão na área da auto-ajuda ou espiritualidade, onde empreender passa a ser solução para todas as dores humanas. Mas para avaliar tudo isso, temos que entender o que é e refletir sobre o impacto cultural que pode gerar.
Cultura Empreendedora
Cultura é um conjunto de práticas comportamentais compartilhadas por um grupo e transmitidas a gerações futuras como a forma correta de agir. Para que uma nova prática cultural, como o empreendedorismo, surja e passe a fazer parte da cultura, ela precisa variar sua forma, se adaptar a uma diversidade de ambientes, contextos, comunidades que falam diferente, assim ela vai funcionando e vai criando raízes.
O empreendedorismo está passando por esse processo e todas as suas “deturpações conceituais” podem valer a pena (e até mesmo induzir mudanças conceituais) se ele passa de conceito a prática. Hoje o termo tem sido associado a oportunidade, realização, protagonismo. A mudança de significado cultural é impressionante, mas não vamos nos iludir: ainda é restrita.
Comportamento Empreendedor
Do ponto de vista comportamental, empreendedorismo é um conjunto de padrões de comportamento, um pacote. O que usualmente chamamos “liderança”, “criatividade”, “capacidade de relacionamento”, “visão de oportunidades”, “proatividade”, fazem parte desse pacote, cujo resultado final pode ser um novo negócio. Mas, acima disso, é um processo de transformação no ambiente e realização individual.
O importante é que todos esses elementos do pacote deixem de ser termos abstratos e difíceis de aplicar, e sejam cada vez mais observados enquanto comportamento para serem sistematizados e até desenvolvidos em processos de educação para o desenvolvimento mais precoce da tal cultura empreendedora.
Porque difundir a cultura empreendedora
O impacto cultural que isso pode ter é nos deslocar de um grupo que contempla a mudança para um grupo que molda o ambiente a sua volta. E essa é a diferença entre ter uma comunidade empreendedora e ter um ecossistema empreendedor.
Uma comunidade empreendedora é formada por um conjunto de pessoas que compartilham valores e ações, e rituais. Mas um ecossistema empreendedor vai além disso, os valores são encontrados em todos os pontos de interação necessários para se desenvolver. Assim, para desenvolver um ecossistema, a difusão do termo, valores e comportamentos é condição necessária, enquanto a banalização deve ser a última preocupação.
Então, para ter um ecossistema empreendedor, é bom que tenhamos a novela, a escola, as empresas, os reality shows, as pet shops, os políticos, advogados e qualquer outra pessoa falando sobre o tema e aumentando a frequência dessa prática em nossa cultura.
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