Ano terminando e resolvi olhar para trás e ver o tanto de coisa legal que aconteceu esse ano.
2018 sem dúvida foi um ano de recuperação da economia e muitas empresas apostaram nas startups para mudar o cenário dos próximos anos. Isso aqueceu muito o ecossistema de inovação e empreendedorismo em todo o Brasil.
No calendário startupeiro 2018 é o ano dos unicórnios
Vamos começar logo pelo mais óbvio e marcante ponto do ano, 2018 nos brindou com 7 (6-8 dependendo de quem conta) unicórnios.
Independente da polêmica se a Pag Seguro é startup ou não, ou da discussão de que o ifood (controlado pela Movile) é considerado por alguns um unicórnio, o fato é que as 7 empresas a seguir conseguiram um valor de mercado superior a U$ 1 bilhão.
99, Pag Seguro, Nubank, Arco Educação, Movile, Stone, Brex (americana mas fundada por brasileiros)
E lembrando que Apple e Amazon atingiram o valor de U$ 1 trilhão esse ano também.
Que massa, aceleração em massa para todos os lados
Números, números e mais números. Em 2018 os grandes programas de aceleração (com mais de 50 startups) se multiplicaram pelo Brasil.
Alguns que já existiam nos anos anteriores continuaram:
- Seed (4ª e 5ª edições esse ano) – 80 startups
- FIEMG Lab – 100 startups
- Inovativa – + 300 startups
- Like a Boss – + 300 startups
- Startout (5 edições) – 75 startups
E outros tantos começaram ou foram anunciados para o ano que vem
- Conecta – 50 startups
- BNDES Garagem – 60 startups
- Conexão Startup Brasil – 100 startups
Os pequenos inspirando os grandes e os grandes financiando os pequenos
O Open Innovation finalmente andou para frente no Brasil através dos programas de aceleração e conexão de startups e grandes empresas. Em 2018 quase todas as semanas recebi notícias de novos programas de aceleração corporativa atraindo empresas para repensar os seus negócios. Ótimo para os dois lados. É impossível pensar e listar todos aqui, há alguns meses fiz uma lista e foram mais de 50 na época. Trago alguns cases que a Tropos esteve mais próxima esse ano para ilustrar:
- EDP Starter – Em busca de soluções para o mercado de energia e para desafios internos da EDP
- Gerdau Challenge – Em busca de soluções para duas unidades de negócio da Gerdau (Coque e Florestal)
- SindSeg Insurtech Connection – Em busca de boas soluções para o mercado de seguradoras
Mas fora esses teve muita coisa acontecendo esse ano, desde empresas consolidadas no mercado de tecnologia como Samsung e Google até empresas distantes das startups como Braskem, Andrade Gutierrez e Banco do Brasil lançando os seus programas.
Vale ressaltar o crescimento do movimento 100 open startups que assim como a TroposLab e tantas outras aceleradoras é um dos promotores desse tipo de conexão.
Juntos produzimos mais
Trabalhar sozinho é coisa do passado, 2018 trouxe junto a consolidação e o surgimento de espaços de inovação. Foram muitos espalhados por todo o Brasil, mas vamos trazer alguns que servem de exemplo:
- Habitat – Espaço de inovação do Bradesco coroando o programa InovaBra que já faz sucesso há alguns anos
- Cubão – Apelido carinhoso da nova casa do Cubo do Itau e da RedPoint, agora com 4 vezes mais capacidade
- Estação Hack – Espaço do Facebook que justiça seja feita foi inaugurado em 2017 (mas só em dezembro) e se consolidou em 2018
- HubMinas – Espaço no coração de BH (Praça da Liberdade) que hoje abriga o programa Seed
- WeWork – Especialistas em coworkings que saíram espalhando espaços pelo Brasil
Investimento para crescer
2018 começou com uma aposta nos ICOs (opções de venda de ações utilizando criptomoedas) ainda surfando na alta dos bitcoins do final de 2017, mas assim como os bitcoins essa aposta se mostrou uma onda ainda não consolidada.
O que funcionou mesmo foi o bom e velho modelo de investidores anjo, fundos de investimento e muito trabalho duro. Inclusive com a recuperação econômica o investimento público voltou a ganhar força com o anúncio de dois fundos que começarão a investir em startups no ano que vem:
- O BNDES selecionou a Domo Invest para gerir um fundo de pelo menos R$100 milhões que investirá em cerca de 100 startups na fase anjo
- O Sebrae junto com parceiros criou um fundo para fundos que investirá R$ 45 milhões em fundos para estágio seed
Não basta fazer bem feito, tem que fazer barulho
Não sei se já chegamos no hype, mas com certeza nunca foi tão sex falar de startups. Isso se dá a vários fatores e um deles é o número de eventos e mídia em cima do tema.
Durante 2018, os grandes eventos, antes concentrados principalmente em SP se espalharam por outras capitais, veja alguns exemplos dos eventos que aconteceram esse ano:
- Case – celebração do mundo de startups já tradicional realizou sua quinta edição
- Campus Party – evento de tecnologia que atrai muito o público jovem, desde o ano passado começou um movimento de se espalhar pelo Brasil e esse ano além de SP, esteve no Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Bahia e Rondônia
- Finit – maior evento de MG, teve a sua segunda edição mudando o formato de uma grande feira para um mês de celebração
- Hack Town – evento de 3 dias que envolve a cidade inteira de Santa Rita do Sapucaí, vale a pena conferir
- Web Summit – Sim, eu sei que é em Portugal, mas tinha tanto brasileiro por lá que achei que valia a pena citar
Mas nem só de grandes eventos se divulga o ecossistema. Esse ano aconteceu um fenômeno curioso que os pequenos eventos de curta duração como hackathons e startup weekends invadiram os interiores e as capitais com menos expressão no mundo de startups. Isso mostra que a cultura está cada vez mais se difundindo pelo país.
E os realities chegaram ao mundo das startups. O famoso Shark Tank Brasil continuou o seu caminho não só com o programa principal mas com edições on the road e surgiram experiências locais como o Startup Show.
Fails of the year
Nem só de boas notícias se faz uma retrospectiva. O ano de 2018 também teve algumas notícias que desanimam / entristecem o setor.
Fraude da Startup Theranos – Maior fraude da história das startups onde uma empreendedora enganou investidores por anos prometendo um produto milagroso que nunca ficou pronto.
Acidente do carro da Google – Primeiro acidente fatal de um carro autônomo. Embora esse número seja infinitamente menor do que os acidentes causados por motoristas humanos isso causa desconfiança no mercado e pode atrasar esse tipo de solução.
Perdemos Stephen Hawking e Stan Lee – embora não sejam do mundo de startups são dois ícones que inspiram muitos empreendedores no Brasil e no mundo.
Bem, tenho certeza que faltou muita coisa nessa retrospectiva, mas acho que retrospectivas são assim mesmo, sempre com o gostinho de que faltou alguma coisa.
E ai? O que aconteceu de importante esse ano que não está na lista?
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