Nos últimos anos, no que diz respeito à gestão de inovação, temos observado ao menos dois aspectos positivos relevantes:
É cada vez mais comum observar processos muito bem definidos nas grandes empresas globais, líderes de mercado e com produtos consolidados. Para a correta gestão dos projetos, já existem, por exemplo, regras estabelecidas para alocação dos recursos, atividades, critérios de avaliação, documentos a serem analisados e times que compõem os comitês de avaliação dos projetos.
- Essas mesmas empresas há algum tempo têm incentivado seus profissionais a se qualificarem sobre a aplicação de métodos ágeis de gestão de projetos. Os profissionais, em sua ampla maioria, conhecem muito bem sobre a importância desses métodos, quais são os seus princípios, suas ferramentas e principais cases de sucesso.
- Essas mesmas empresas há algum tempo têm incentivado seus profissionais a se qualificarem sobre a aplicação de métodos ágeis de gestão de projetos. Os profissionais, em sua ampla maioria, conhecem muito bem sobre a importância desses métodos, quais são os seus princípios, suas ferramentas e principais cases de sucesso.
Por outro lado, vejo também problemas complexos que têm dificultado o alcance de resultados concretos pelas empresas, quando adotam novos métodos para gerir seus projetos de inovação. Um diretor de P&D de uma multinacional, recentemente, expressou claramente suas preocupações. Algumas de suas falas foram: “não consigo ver os pilares dos métodos ágeis em nosso dia- a-dia”; “tenho que fazer um trabalho de formiguinha para implantar os princípios de gestão ágil, mas não consigo fazer isso o tempo todo”; e “não sabemos na prática o que de fato é um problema de mercado, qual é de fato a necessidade do cliente (…) nisso não estamos bem”.
Essas preocupações são legítimas e certamente comuns a vários outros gestores de inovação. A raiz desse cenário é que a incorporação acertada dos métodos ágeis ocorre de maneira progressiva.
Alguns avanços já estão presentes. Por exemplo, um dos pilares dos métodos ágeis é a experimentação e testes de hipóteses sobre os problemas de mercado ou as dores dos clientes e, sobretudo, como lidar com elas. Até uns cinco anos atrás era comum observar a seguinte limitação: muitas pessoas assumiam que um possível problema de mercado é justamente o que o cliente expressava verbalmente. No entanto, o problema de fato pode ser (e muitas vezes é) algo bem mais relevante que o cliente não expressou inicialmente. A disseminação das abordagens sobre Design Thinking e Customer Development contribuiu significativamente para superar essa limitação. Essas abordagens na aplicação dos métodos ágeis de forma mais robusta.
Apesar desse avanço, observo ainda problemas extremamente complexos, sobretudo nas grandes empresas globais, em especial, aquelas com sites em diferentes localidades, que comportam várias unidades de negócios e atuam em diversos mercados.
Problema 01 – Inadequação dos processos atuais
Os processos de desenvolvimento dos projetos de inovação ainda são organizados de modo a privilegiar o desenvolvimento “tradicional”, inovando incrementalmente. Isso as grandes empresas fazem há muitos anos e com bastante destreza. Ocorre que os processos atuais ainda são a cara de um “stage gate” clássico. As instâncias de decisão (gates), os critérios de avaliação, as atividades de cada estágio (stage) ainda são pouco aderentes aos métodos ágeis. Nem todas as empresas tem conseguido fazer as adaptações necessárias.
Problema 02 – Dificuldades em integrar as pessoas adequadas
O desenvolvimento dos projetos de inovação demanda cada vez mais a integração de times multifuncionais, não somente dentro da própria empresa, mas também de times compostos por pessoas externas, que circundam o ecossistema de inovação. Nem sempre é fácil reunir em tempo hábil os envolvidos de maneira adequada ao longo de todas as etapas de desenvolvimento.
Problema 03 – Adoção de formas equivocadas de avaliação dos projetos
As empresas muitas vezes ainda tropeçam na avaliação de seus projetos mais inovadores. Parte desse problema é inerente às incertezas desses projetos. É sempre muito difícil tomar as decisões acertadas no momento mais oportuno. Por outro lado, outra parte desse problema pode ser explicada pelo uso de práticas de avaliação incorretas. Muitos ainda acham que a forma de se avaliar um projeto, desenvolvido por meio de métodos ágeis, deve ser a mesma dos métodos tradicionais. Como consequência, em muitas empresas são congelados projetos que deveriam seguir em frente, e projetos que deveriam ser congelados seguem em frente.
Frente a tudo isso, temos percebido que a solução para esses problemas é algo que demanda esforço contínuo e sistemático. Navegar nesse oceano costuma ser difícil e complexo. Demanda mudanças que vão além da criação de novos processos ou adaptação dos existentes. Envolve questões culturais. É normal observar as pessoas, mesmo após um rico processo de aprendizado (como tem sido no que se refere à implantação de métodos ágeis), terem dificuldades em incorporar novos hábitos, estilos ou formas de trabalho.
Não existem receitas mágicas. Mas temos visto a capacidade das empresas de desenvolver e incorporar novos aprendizados ao longo do processo de realização de suas inovações. Isso demanda tempo, paciência, além de um conjunto grande de habilidades altamente subjetivas.
Por isso, entendemos que as soluções devem ser customizadas, conforme as contingências de cada projeto de inovação. Isto é, a adoção dos métodos ágeis exige características únicas, sofrendo variações de acordo com os diferentes tipos de projeto.
Temos ajudado muitas empresas na implementação apropriada dessas metodologias. Caso queira conversar a respeito, entre em contato com a gente.