A Inovação é ocasionalmente vista como atitude isolada. Entretanto, as corporações líderes em seus segmentos já experimentam a Gestão da Inovação na prática. E, por isso, têm mais fôlego para atingir metas.
Em linhas gerais, isso ocorre porque a Gestão da Inovação potencializa resultados e facilita caminhos eficientes para alcançá-los. Ou seja, a aplicação sistemática, programática e perene de processos inovadores deixa as corporações mais competitivas.
Entretanto, segundo pesquisa da Dell, a maioria das empresas brasileiras vê seus processos de Inovação de forma hiperbólica. Isso quando apenas 5% delas alcançam nível de excelência. Isto é, as metas dessas corporações poderiam ser atingidas mais facilmente.
As metas empresariais, aliás, tiram o sono de muitos executivos mundo afora. Isso é compreensível, dada a competitividade e volatilidade do mercado. Por essa razão, detalhamos neste artigo como a Gestão da Inovação pode transformar sua empresa em uma máquina de atingir metas.
Além disso, mais ao fim do texto, como bônus, listamos uma série de conteúdos especiais com ferramentas práticas para alavancar a Inovação em sua empresa. Boa leitura!
O que é Gestão da Inovação?
Gestão da Inovação refere-se ao processo de gerenciar e promover novas ideias, produtos, serviços ou processos em uma organização. Com essa definição, parece simples, não é? Então, o que leva as empresas brasileiras a não alcançarem a excelência nesse quesito?
Vejamos o que nos diz Gary Hamel, professor da London Business School e um dos pensadores de negócios mais influentes do mundo. Segundo ele, a Gestão da Inovação facilita o alcance de metas quando atende a três condições:
- é disruptiva. Ou seja, o modelo de gestão inovador deve ir na contramão daquilo que foi tradicionalmente feito por anos a fio;
- é sistêmica. E, por isso, agrega uma variedade de métodos, processos e rotinas;
- é contínua. Portanto, aplica-se de modo perene e objetivando a melhoria ininterrupta.
Além disso, Hamel é enfático ao dizer que só se muda a gestão quando os processos também mudam. Com isso, ele quer dizer que não é possível gerenciar de modo inovador – e atingir metas com mais facilidade – com os mesmos métodos tantas vezes já aplicados. Assim, quiçá, o professor explique o que ocorre nas empresas brasileiras.
Benefícios da Gestão da Inovação
De acordo com Hamel, a Inovação é um pilar fundamental para a sustentabilidade das organizações, especialmente no cenário contemporâneo. Isso porque as empresas que se preocupam com ela colhem vários benefícios. Confira algumas vantagens uma boa Gestão da Inovação:
- vantagem competitiva: inovar permite que as empresas ofereçam serviços e produtos únicos e se destaquem no mercado;
- adaptabilidade e crescimento sustentável: a Inovação contínua ajuda empresas a se adaptarem às eventuais mudanças do mercado e crescerem a longo prazo;
- eficiência operacional: novas práticas e tecnologias inovadoras podem deixar os processos internos mais eficientes, reduzir custos e aumentar a produtividade;
- atração de talentos: empresas inovadoras são mais atraentes para profissionais talentosos que buscam ambientes dinâmicos e desafiadores;
- colaboração e engajamento: uma cultura inovadora estimula a colaboração entre os membros dos times, tornando-os engajados e criativos;
- foco no cliente: a Gestão da Inovação deve priorizar o cliente, atendendo às necessidades dele e resultando em satisfação e fidelidade;
- antecipação de tendências: empresas inovadoras identificam oportunidades emergentes mais facilmente e permanecem à frente da concorrência;
- resolução de problemas: a Gestão da Inovação facilita a resolução proativa de problemas e impulsiona a resiliência organizacional;
- reputação da marca: uma marca inovadora é mais atrativa para clientes internos e externos, além de encantar parceiros de negócios e investidores;
- alcance de metas: todas as vantagens anteriores convergem em resultados, objetivo de toda pessoa executiva, não é?
Como vimos, os benefícios são inúmeros. Contudo, eventuais desafios ainda assustam os gestores. É por isso que o Professor Gary Hamel afirma: “Quanto maior o problema, maior a oportunidade de Inovação.” Em outros termos, a adversidade é uma boa oportunidade para inovar e atingir metas.
Gestão da Inovação e metas empresariais
Apesar da autopercepção exagerada das empresas brasileiras acerca da própria Gestão da Inovação, os benefícios desse modelo gerencial poderiam aproximá-las de seus objetivos. Inegavelmente, isso conferiria algumas noites de sono a mais a muitas pessoas gestoras.
Além disso, o modo como as empresas se aproximam de suas metas com a ajuda da Gestão da Inovação varia. Isso devido à cultura organizacional, ao ramo de negócio e, também, aos indicadores de desempenho de cada instituição.
Ainda assim, apresentamos, a seguir, as metas mais comumente relacionadas à efetiva Gestão da Inovação nas organizações líderes em seus segmentos:
- aumento de receita: novos produtos e serviços inovadores abrem mercados e atraem clientes, o que aumenta diretamente a receita;
- redução de custos: o aumento da eficiência operacional corresponde ao crescimento da produtividade e redução do desperdício. Isto é, menos custos;
- experiência do cliente: que cliente não gostaria de ter suas dores efetivamente sanadas? Inovações voltadas para atender às necessidades dos clientes resultam em mais satisfação e fidelidade;
- redução de riscos: a Gestão da Inovação reduz riscos associados à dependência a uma única linha de negócios. Isto é, diversifica produtos, processos e serviços;
- expansão: um bom portfólio de Inovação deixa as organizações mais próximas do crescimento. Isso facilita, inclusive, a internacionalização, entrada em novos mercados e a expansão geográfica;
- atração e retenção de talentos: uma cultura inovadora atrai e encanta profissionais. Ademais, aumenta os índices de satisfação e felicidade interna;
- sustentabilidade: a demanda por práticas ambientalmente e socialmente sustentáveis é crescente. E a gestão da Inovação potencializa os indicadores dessa área;
- fortalecimento da marca: a Inovação aumenta a percepção positiva da marca por parte dos consumidores. Isso, por sua vez, eleva alcance, engajamento e mídia espontânea.
Apesar dos bons indicadores apresentados, salientamos: a Gestão da Inovação não é receita de bolo. Portanto, as possíveis metas a serem atingidas não se restringem a essa lista. Contudo, fica evidente que a Inovação não é um fim em si mesma. Tampouco se resume a novos produtos. Ela é uma ponte aos resultados expressivos.
Metas em Gestão da Inovação
Uma coisa é certa: diante da imprevisibilidade do mercado, as empresas que mais se destacam são aquelas com metas claras e bem definidas. Assim também ocorre com a Gestão da Inovação, que comumente agrega alguns indicadores para aferir o desempenho da área.
A mensuração de resultados em Gestão da Inovação é fundamental para avaliar o impacto das iniciativas inovadoras e garantir que estejam alinhadas com os objetivos estratégicos da organização. Por isso, elencamos alguns indicadores comuns (vários deles já são bem conhecidos pelas pessoas gestoras):
- taxas de sucesso de projetos inovadores: refere-se a acompanhar a conclusão bem-sucedida dos projetos, comparando o número total de iniciativas com as que atingiram os objetivos determinados;
- Retorno Sobre o Investimento (ROI): o bom e velho indicador de negócio também figura aqui. Principalmente porque se trata do retorno financeiro obtido a partir dos investimentos em Inovação, considerando custos e receita;
- satisfação do cliente: se, com a Gestão da Inovação, o cliente está no centro, nada melhor que aferir a satisfação dele, além da percepção da marca, não é?;
- market share: refere-se à participação e penetração da marca no mercado. Como está esse indicador antes e depois da implementação de iniciativas inovadoras?;
- tempo de desenvolvimento de produtos: bastante comum em inovações tecnológicas e em linha de produção, esse indicador se relaciona ao tempo de desenvolvimento de novos produtos ou serviços;
- nível de risco gerenciado: trata-se da aferição dos possíveis riscos associados à Gestão da Inovação. De tal forma que eles sejam mitigados;
- patentes registradas: em negócios cuja área de Pesquisa e Desenvolvimento se relaciona intimamente com a Gestão da Inovação, cabe avaliar a quantidade e qualidade das patentes em certo período de tempo para, inclusive, proteger a propriedade intelectual;
- feedback dos stakeholders: geralmente qualitativa, essa abordagem trata da coleta de retornos de clientes, colaboradores, parceiros, investidores. Isso para avaliar o efeito percebido das inovações;
- métricas do time interno: toda empresa é feita de pessoas. Por isso, no decorrer de projetos de Inovação, é fundamental acompanhar a felicidade interna, percepção, retenção de talentos e outros indicadores.
A Gestão da Inovação não é uma parte descolada das corporações. Por isso, assim como com os indicadores de negócio, as métricas desse domínio dependem das características de cada empresa. Mas, certamente, as grandezas acima já dão a ver o potencial e importância da área.
Conclusão
Em resumo, a Gestão da Inovação é ponte entre empresas e resultados extraordinários. Não à toa, corporações líderes já incorporam a prática. No entanto, as organizações brasileiras ainda têm uma visão hiperbólica acerca dos próprios processos inovadores.
Eventualmente confundida com o simples lançamento de novos produtos e serviços, a Gestão da Inovação, segundo Gary Hamel, deve ser disruptiva, sistêmica e contínua. Apesar do esforço, os benefícios são inúmeros: da competitividade até a facilidade em atingir metas.
O modo como a Gestão da Inovação ajuda empresas a atingir metas varia de acordo com cada negócio. Entretanto, alguns indicadores são geralmente potencializados. Receita aumenta, custos são reduzidos, experiência do cliente melhora, colaboradores tornam-se mais engajados e a marca se fortalece.
Aliás, a Gestão da Inovação não é uma parte isolada das empresas. Por isso, e para alavancar as métricas de negócio, ela tem seus indicadores mais comuns: da taxa de sucesso, passando pelo ROI, até a satisfação do time interno.
Por fim, retornando ao que nos ensina o Professor Hamel, faz sentido fortalecer a Gestão da Inovação desde já e não esperar uma grande crise para fazer isso – como boa parte das organizações fazem. Afinal, que empresa sobrevive sem bater metas?
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