Como os investidores se comportam em tempos de crise

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Assim como todos os mercados, momentos de crise e paradas gerais na economia influenciam o mercado de investimento. E hoje, em 2020, é isso que está acontecendo com o momento dos investidores.

Nesse cenário, milhares de empreendedores tem se perguntado sobre como os investidores tem se portado, o que passa na cabeça deles, se os investimentos vão parar ou já pararam, e dezenas de outros questionamentos.

Como tudo que vivenciamos nesse momento, não existe uma resposta única ou simples, mas vou compartilhar o que tenho escutado dos investidores de maneira geral.

1- Repriorização dos investimentos

Dinheiro é algo finito e o dinheiro dos investidores também. Em um cenário de extrema incerteza estamos vendo da noite para o dia negócios super promissores perderem 90% do seu faturamento, da mesma forma que negócios “ok” se tornando hiper necessários.

Isso obviamente impactou nos interesses e critérios dos investidores para a entrada nos seus funis de venda. Ao menos no curto prazo, existe um grande interesse em investir em negócios de áreas como telemedicina, EAD, comunicadores virtuais e etc. Da mesma forma que soluções para o turismo, varejo de rua ou transporte público se mostram menos interessantes no momento.

2- Cuidar do portfólio

Muitos investidores acreditam que a crise é uma fase, e como toda fase ela passará. Assim, bons negócios já investidos pelo investidor anjo ou fundo, podem precisar de um fôlego nesse momento e, por isso, investidores tem aportado mais capital, ou atraído outros investidores para boas empresas do seu portfólio que passam por uma situação momentânea de baixas vendas e por isso precisam de “esticar o caixa”.

3- Entrar em bons negócios

Outros investidores tem olhado além dos próprios portfólios e encontrado boas empresas que estão mais “baratas”, ou seja, por conta da crise estão aceitando valuations menores para sobreviver até o segundo semestre ou o ano que vem.

Muitos investidores estão capitalizados no momento, ou seja, possuem dinheiro guardado pronto para investir, por isso aproveitam as oportunidades específicas do momento.

4- Apostas menos arriscadas

Procurar ausência de risco no mundo de startups é uma ilusão e em tempos de crise menos ainda. Ainda assim, muitos investidores tem se mostrado ainda mais conservadores nesses meses. Se vender já era um pré-requisito básico para se conseguir um investidor na maioria dos mercados no Brasil, esse patamar subiu, e as vendas que a sua empresa conseguirá ou não fazer nos próximos meses importam muito na balança de decisão do investimento.

Como tudo mais, nessa e em outras crises, em alguns meses essa situação se normalizará. O que o empreendedor precisa estar sempre atento é se o seu negócio é auto sustentável e se consegue crescer com as próprias pernas (recursos). O dinheiro do investidor nunca deve ser para tornar o seu negócio viável e sim para acelerar o seu crescimento, ganhar na guerra de marketing de um concorrente forte, alcançar outros mercados antes que soluções substitutas surjam ou aproveitar um timing de mercado.


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Atuo no mundo da inovação desde 2008. Já atuei em incubadora, consultoria e aceleradora, acelerando mais de 900 startups. Sou formado em Ciências Biológicas e Especialista em Gestão, e por isso gosto de misturar mundos diferentes para trazer mais inovação para o meu dia-a-dia. Coordeno os programas da Troposlab e crio novas metodologias de aceleração, atuando diretamente com mais de 50 grandes empresas. Além disso, tenho um lado nerd (ficção científica, heróis, histórias de aventura, etc).
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