Quanto a sua empresa destina para investir em inovação? Você tem conseguido medir o retorno desse investimento? Tem compensado?
Repetindo uma frase bem clichê: o mercado está muito competitivo. Os esforços habituais das empresas para investir em inovação não estão tendo o mesmo efeito de antigamente. Isso acontece devido a um efeito conhecido como Rainha Vermelha (Red Queen). Vem de um momento no livro “Alice através do espelho”, de Lewis Carroll, em que Alice está caminhando em um tabuleiro de xadrez, mas não sai do lugar devido ao vento contrário. A Rainha Vermelha então lhe diz que para sair do lugar terá que andar duas vezes mais rápido.
Como a inovação já está sendo percebida como necessária, todas as empresas a buscam, e como todos a estão buscando, ninguém se destaca a não ser que inove mais rápido que a concorrência. Isso traz a necessidade de saber medir com eficácia os retornos desses investimentos, já que o importante não é “investir mais que o outro”, mas sim “investir com mais inteligência”.
Há dois aspectos que devem ser observados para se medir o retorno ao investir em inovação: a transformação cultural gerada, que é mais subjetivo, e os ganhos e economias geradas, que são mais objetivos. Ambos são importantes, e nenhum deve ser ignorado.
Investir em inovação deve ser um esforço de cultura organizacional
Se quero que minha empresa comece a inovar, não basta apenas alocar um recurso para investir em um novo projeto, ou na aquisição de um software ou máquina novos. Inovação é, primeiramente, um processo de cultura dentro da empresa.
Aposto que você já viu esta cena: um gerente de uma grande empresa quer melhorar os processos internos, para poder atender melhor os clientes, então adquire um software inovador, ou pede para alguém desenvolvê-lo, comunicando aos funcionários da “inovação”. Depois o vemos reclamando por ninguém usar o novo software e diz que por causa “deles” o investimento não está dando retorno.
A inovação, portanto, não vai dar resultado se for puxada apenas por uma pessoa da empresa, sem o ambiente propício para que ela se fixe na rotina dos colaboradores e funcionários. A primeira preocupação de um diretor ou gestor, portanto, deve ser investir em formação de cultura inovadora dentro do negócio, mas como fazer isso?
Workshops, palestras e ações de sensibilização são um bom começo, mas mais do que isso, é preciso “botar a mão na massa” e criar ações em que os próprios colaboradores têm que encaminhar projetos de melhoria ou criação de valor.
Programas de intraempreendedorismo têm sido um meio interessante de alcançar isso, uma vez que conseguem criar um movimento amplo, com objetivo e foco definidos, além de ser mais fácil quantificar retornos de projetos específicos, apresentados pelos empreendedores dentro da empresa.
Isso nos leva ao próximo ponto, que é a estimativa de ganhos e economias.
Os ganhos e economias de se investir em inovação
Vou continuar no exemplo de programas de intraempreendedorismo. Eles costumam ter o seguinte escopo:
- A diretoria encontra uma área na qual quer inovar (por exemplo, big data)
- É lançado o desafio para que cada empreendedor interno apresente os problemas que observa e como pretende solucioná-los, dentro da área foco
- As melhores ideias são selecionadas e passam por ações de desenvolvimento, como workshops, conexões, mentorias ou investimentos
Para cada projeto, o ideal é que haja uma estimativa do que ele trará de ganhos ou economias para a empresa. Portanto, convém fazer um esforço para quantificar esses valor em, por exemplo, economia de horas de trabalho, gastos que deixam de ser realizados, novas receitas geradas a partir de clientes etc.
Esse esforço não é necessariamente fácil, pois na maioria das vezes os ganhos são indiretos. Porém, é importante realizá-lo, pois ajuda a levantar os verdadeiros impactos de um projeto. Se não se faz isso, a sensação será sempre de que a inovação é um dinheiro gasto sem retorno.
Falando-se de grandes empresas, qualquer melhoria costuma gerar centenas de milhares de reais em ganhos ou economias, quantias que costumam ser bem menores do que o investimento necessário para rodar um programa de intraempreendedorismo.
Conclusão: investir em inovação compensa quando se sabe o que está fazendo
A meu ver, inovar é uma arte. Como toda arte, não é a receita de bolo que garante o bom resultado, uma vez que cada situação terá suas particularidades e exigirá um pensamento amplo para saber se investir em inovação compensa ou não financeiramente para sua empresa.
Falei de forma resumida sobre dois aspectos que ajudam nessa análise: cultura e resultados. Se quiser saber mais, fique atento a nossas redes sociais, pois a Troposlab já tem dezenas de programas de intraempreendedorismo e formação de cultura como experiência para ajudá-lo.