“Por que pagamos escolas particulares no Brasil?” Poderíamos ter variações dessa pergunta olhando o porquê de nos esforçarmos para passar nas universidades federais (sucetíveis a greves e afins), ou porque investimos em cursos de MBA que custam o valor de um carro. Mas a resposta no fim das contas é bem parecida com “Estamos criando valor e investindo no futuro”.
Doze anos de investimento na sua escola particular te darão maiores chances de ter empregos e salários melhores durante os 40-50 anos da sua provável trajetória de trabalho. E o mesmo acontece nas outras duas perguntas anteriores.
Se pensássemos a curto prazo, como bilhões de pessoas são obrigadas a pensar ou passariam necessidades, escolheríamos trabalhar nesse período ao invés de estudar. Afinal de contas, essa atividade gera receita para nós hoje.
Para a maior parte das pessoas que estão lendo esse texto, provavelmente, essa escolha foi possível e você e seus pais escolheram investir no seu futuro.
Mas por que não agimos dessa mesma maneira sempre que estamos conduzindo o nosso negócio? Por que pensamos no curto prazo ao invés de investir apenas em elementos que trarão resultados a longo prazo?
Onde a inovação e as startups tem se focado para gerar resultados a longo prazo:
1- Manter a estrutura de custo de hoje baixa
Quando os custos crescem em uma escala bem menor do que a receita, é possível sobrar recursos para fazer esses investimentos no futuro. As startups são conhecidas por suas estrutura enxutas, isso é causado pela falta de recursos no início, mas é incentivado por todos os investidores da cadeia de investimento.
2- Pensar em modelos de receita recorrentes
Quando a empresa possui um modelo baseado em vendas únicas, começa cada mês precisando fazer novas vendas (mesmo que para os mesmos clientes). Quando consegue encontrar clientes dispostos a pagar modelos recorrentes, precisa se preocupar mais em manter esses clientes satisfeitos, ativos e pagantes. Essa ação costuma ser bem mais barata e garante o fluxo de recursos mínimos para a empresa.
3- Cuidar dos dados gerados
O histórico de uma empresa tem muito valor. Mas esse valor precisa ser capturado. Todos os clientes que a sua empresa já vendeu são potenciais leads, mas se esses leads estão apenas na agenda do seu vendedor, esse valor fica apenas com aquele vendedor. Startups costumam estar superconectadas e preferem sistemas de automação ao invés do relacionamento um a um. Isso faz com que elas gerem e armazenem dados mesmo que de forma não planejada. Depois de alguns meses/anos de operação, esses dados podem ser o grande valor da empresa.
4- Transformar contribuições de todos em produtos, patentes, conteúdos próprios
Ao longo da história da startup dezenas, centenas, milhares de colaboradores passarão. Para todos eles existirá uma curva de aprendizado onde absorvem da empresa e uma curva de retorno onde eles deixam suas contribuições. A curva de aprendizado cai ao longo do tempo e a de retorno sobre. É importante encurtar a primeira curva e antecipar ao máximo a curva de retorno. Sempre pense em como capturar para a empresa as contribuições de todos que passarem por ela, assim você está criando valor para o futuro.
5- Cuidar do valor da marca
Produtos fracos lançados por marcas fortes vendem mais do que produtos fortes lançados por marcas fracas. A verdade é que o cliente na maioria das vezes não tem tempo, interesse ou capacidade para avaliar comparativamente a qualidade de vários produtos diferentes e por isso ele aposta nas marcas e no reconhecimento do todo. Se a marca é conhecida é porque vários clientes já compraram aquele produto. A sua marca será o seu principal vendedor no futuro.
E você, como está cuidando do futuro da sua empresa?
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