Afinal, o que é empreendedorismo?

Muito se fala sobre empreendedorismo e sobre sua importância para o futuro. Mas você sabe o significado desse termo? O empreendedorismo, em empresas, universidades ou outros contextos, nada mais é do que a transformação de uma oportunidade em um negócio, utilizando de maneira criativa os recursos disponíveis e assumindo riscos.

Uma invenção só é considerada uma inovação se ela pode ser comercializada. O empreendedor muitas vezes é justamente a pessoa responsável por levar essas invenções desenvolvidas em centros de pesquisa ao mercado, fazendo com que elas se tornem inovações. É possível que o empreendedor seja tanto o inventor quanto uma pessoa externa que vai focar no negócio.

Os empreendedores costumam ser motivados por fatores pessoais, visto que o desenvolvimento de um negócio pode trazer realização pessoal, a possibilidade de mudar de trabalho ou até mesmo de carreira, e a oportunidade de ganhar dinheiro. Um empreendimento pode surgir da necessidade de alguém frente uma adversidade, como uma demissão, por exemplo, ou da vocação, que leva um indivíduo a buscar na sociedade uma oportunidade de negócio.

O Brasil é visto por muitos como um país naturalmente empreendedor. Segundo o relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, realizado no Brasil pela parceria entre o Sebrae e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), “ter o próprio negócio” é o 2º maior sonho dos brasileiros, apenas atrás de viajar pelo país. Dos 46 países participantes da pesquisa, o Brasil é o 7º com o maior número de empreendedores iniciantes (até 3,5 anos de operação) e o 13º com o maior número de empreendedores estabelecidos (mais de 3,5 anos de operação). No entanto, a pandemia teve um grande impacto no empreendedorismo brasileiro. Segundo esse mesmo relatório, o número total de empreendedores no Brasil caiu 20%, sendo que o número de empreendedores estabelecidos caiu 46%. 

O aumento do desemprego faz com que muitas pessoas vejam o empreendedorismo como uma possibilidade de ganho de renda. É importante, contudo, ressaltar a diferença entre empreendedorismo e trabalho autônomo.

Um empreendedor é uma pessoa que identifica uma oportunidade no mercado e cria um negócio a partir dela, sendo portanto o dono da ideia, enquanto um trabalhador autônomo é uma pessoa que presta algum tipo de serviço para terceiros (pessoas físicas ou empresas). Uma pessoa que cria um pequeno comércio ou desenvolve uma startup é considerada empreendedora. Já uma pessoa que realiza serviços para um aplicativo de transporte ou de entregas é um profissional autônomo. Esses dois conceitos costumam ser confundidos, levando a uma ideia errônea de que o empreendedorismo é uma forma de maquiar a precarização do trabalho. Tratam-se de coisas diferentes e que devem ser tratadas de formas diferentes.

De maneira geral, o processo de empreendedorismo começa da seguinte forma:

1. Identificação de problemas e/ou necessidades no contexto onde você está inserido e no mundo.
2. Listagem de recursos disponíveis.
3. Geração do maior número possível de ideias que podem se transformar em soluções (em torno de 10).
4. Seleção das ideias mais viáveis (em torno de 3 a 5) de acordo com critérios como:
   1. facilidade de implementação. (É possível realizar um teste da solução em um período de tempo curto? Quais tecnologias vão ser necessárias?)
   2. risco envolvido (A ideia está muito suscetível a mudanças no ambiente externo? Pode ser facilmente imitada?
   3. adequação à estratégia de negócio. (Está alinhado com os recursos já existentes? Os empreendedores possuem as competências necessárias para desenvolver essa ideia?)
5. Priorização das ideias (em torno de 2) de acordo com os seguintes aspectos:
   1. existência de demanda.
   2. disponibilidade de mão-de-obra qualificada.
   3. disponibilidade de tecnologias e equipamentos.
   4. disponibilidade de matéria-prima.
   5. relevância do diferencial do negócio frente aos concorrentes.
6. Definição para cada uma das ideias de pontos fortes e fracos (fatores internos relacionados ao empreendedor) e de oportunidades e ameaças (fatores externos do ambiente e do mercado).
7. Escolha da ideia final,

Uma vez feito isso, o empreendedor segue para o desenvolvimento mais aprofundado da sua ideia, por meio do estudo aprofundado dos clientes, do entendimento detalhado dos concorrentes e do mercado, e do refinamento do modelo de negócio.

O relatório da GEM 2020, ainda, recomenda a ampliação da educação sobre o tema como forma de incentivar o empreendedorismo no país. Além do conhecimento técnico, é essencial que os empreendedores tenham conhecimento das habilidades necessárias para empreender. O desenvolvimento dessas habilidades é fundamental para o sucesso do negócio e falamos sobre esse tema aqui no blog.

E se você é um empreendedor e quer saber mais sobre a oportunidades para desenvolver e acelerar o seu negócio, por meio da interação com grandes empresas, entre em contato conosco!

Referências:

BAGGIO, Adelar Francisco; BAGGIO, Daniel Knebel. Empreendedorismo: Conceitos e definições. Revista de empreendedorismo, inovação e tecnologia, v. 1, n. 1, p. 25-38, 2015.

BRASIL, G. E. M. Empreendedorismo no Brasil. Relatório Executivo, v. 26, 2020.

PILAR, I. I. Empreendedorismo. 2007.