Como funciona a inovação na indústria brasileira

  • Como funciona a inovação na industria brasileira. Conheça as etapas.

O que vem a sua mente quando falamos a palavra inovação? Ao longo dos anos, tenho percebido que ela tem significados diferentes na cabeça de cada um e, muitas vezes, está associada a novos produtos relacionados a tecnologia da informação (softwares e hardwares).

Mas como discutimos nesse post, inovação pode ser classificada de várias maneiras. A nossa principal classificação é quanto ao tipo (produto, processo, modelo e entrega).

Mas o que a maioria dos líderes e gestores de empresas têm se perguntado é como a indústria brasileira direcionado seus esforços de inovação. E, por isso, reunimos a nossa experiência trabalhando diretamente com grandes corporações, há mais de 8 anos, para trazer um direcionamento para quem tem também tem esse desafio ou curiosidade.  

1- Etapa de desmistificação da inovação

Descrição

As empresas que estão começando a trabalhar programas de inovação costumam olhar primeiro para dentro. Fazem a inovação dentro de um ambiente mais controlado onde têm a segurança não só do processo mas dos resultados positivos e negativos que ele pode gerar.

O que é feito

Nessa etapa são comuns os programas de intraempreendedorismo, onde os próprios colaboradores pensam soluções para as diversas áreas da empresa. Comumente essas iniciativas se parecem muito com programas de melhoria contínua já realizados internamente.

Quem participa

Esse tipo de iniciativa costuma ser aberta para várias áreas diferentes, e vários níveis na empresa.

Tipo de inovação gerada

A maioria das inovações geradas nessa fase são inovações de processo e mais incrementais. Como os colaboradores pensam sobre o seu dia a dia, trazem ideias de melhorias de processo, novos equipamentos, soluções de produtos internos.

Resultados esperados

Como as empresas possuem muitos problemas, mesmo as soluções internas geram grandes montantes financeiros. Os principais resultados financeiros gerados nessa fase costumam estar relacionados a redução de custos internos. Mas o grande resultado é o início da transformação da cultura. Nessa fase os colaboradores abrem os olhos para entender que devem parar de reclamar dos problemas da empresa e começar a trazer soluções.

2- Etapa de transbordo da inovação

Descrição 

Depois que as empresas começaram a experimentar a inovação elas começam a se arriscar a fazer experimentos junto aos clientes. Nessa fase o cliente é o foco da inovação ou até participa do processo junto com a empresa.

O que é feito

Nessa etapa, além dos programas de intraempreendedorismo, os programas de open innovation relacionados a startups costumam ganhar força.

Quem participa

Para a inovação com o cliente, as empresas costumam envolver quase obrigatoriamente as áreas que interagem diretamente com o cliente (comercial, compras, relacionamento com o cliente), muitas vezes associadas com áreas internas de produto ou P&D.

Tipo de inovação gerada

Ainda é mais comum nessa fase as inovações incrementais, mas além de novos processos, começa-se a pensar em mudanças na entrega.

Resultados esperados

A meta são novas vendas ou aumento de retenção de clientes. Mas é comum que as empresas vejam uma mudança na imagem da empresa frente a esses clientes.

3- Etapa de mudança pela inovação

Descrição 

Nessa etapa as empresas arriscam na criação de novos produtos tentando atingir outros mercados. É importante destacar que a criação de novos produtos é algo presente nas empresas desde a sua criação, nesse ponto estamos falando da criação de novos produtos por meio de metodologias como o design thinking, com o foco no cliente e não no formato tradicional de desenvolvimento de produtos.

O que é feito

Nesse momento maioria das empresas brasileiras ainda atua internamente. O produto ainda é algo muito importante para a empresa para que ela terceirize ou envolva parceiros (na maioria dos casos). Quando é feita uma parceria em geral é com centros de pesquisa, para fases iniciais da tecnologia que dará origem ao produto.

Quem participa

Aqui as empresas brasileiras ainda envolvem mais as áreas diretamente relacionadas ao produto internamente. 

Tipo de inovação gerada

Nessa etapa estamos falando de inovações relacionadas ao produto e já caminhando uma maior disrupção.

Resultados esperados

Os resultados relacionados a essa área são atrelados a novas vendas e/ou aumento de vendas em determinado mercado.

4- Etapa de quebra do mercado

Descrição

Essa é a etapa que a empresa percebe que seu mercado vai mudar e exigir não só novos produtos, mas também novos modelos. Ela começa a criar o modelo que vai matar o seu próprio negócio atual.

O que é feito

Para isso é preciso uma equipe empreendedora, altamente capacitada e com conhecimento em inovação. Essa equipe funciona melhor quando separada da estrutura atual da empresa. Exemplos nessa área são a mudança para o e-commerce da Magazine Luiza ou o streaming da Globo.

Quem participa

Uma equipe empreendedora própria separada da estrutura atual da empresa.

Tipo de inovação gerada

Inovação disruptiva de modelo.

Resultados esperados

Ganhos iguais ou até menores em curto prazo (até o modelo de estabelecer) e ganhos escaláveis a longo prazo quando o mercado caminha para esse modelo.

Claro que simplificar um caminho único não é 100% adequado. Mas essa é visão do que temos visto nas empresas quando falamos em inovação na indústria brasileira hoje de uma forma geral. Com certeza existem vários exemplos que fogem dessa regra, mas a grande maioria tem seguido esse caminho.


Quer saber mais sobre os processos de inovação na indústria brasileira? Precisa de ajuda para detectar em que momento a sua empresa está e que caminhos deve seguir?

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Por |2022-10-26T13:00:22-03:0008/04/2021|processos de inovação|

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Atuo no mundo da inovação desde 2008. Já atuei em incubadora, consultoria e aceleradora, acelerando mais de 900 startups. Sou formado em Ciências Biológicas e Especialista em Gestão, e por isso gosto de misturar mundos diferentes para trazer mais inovação para o meu dia-a-dia. Coordeno os programas da Troposlab e crio novas metodologias de aceleração, atuando diretamente com mais de 50 grandes empresas. Além disso, tenho um lado nerd (ficção científica, heróis, histórias de aventura, etc).
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