Inovação é sobre pessoas
É comum, ao mencionarmos inovação, uma associação imediata à tecnologia, palavras percebidas inclusive como sinônimas, misturando os conceitos. Um novo invento, escala, disrupção e uma ideia incrível aliada sempre ao tecnológico. Em um mundo cada vez mais robotizado, com foco em resultado e busca de uma almejada transformação digital, geralmente desconsideramos de onde vem as boas e inovadoras ideias.
A ação de realização, a sempre exaltada mão na massa, muitas vezes também vem incorporada à visão da inovação e constantemente a prática abandona ou desconsidera a teoria.
As ideias inovadoras e o Desafio da Hidrovias do Brasil
Foi com o pensamento de encontrar ideias inovadoras que iniciamos a caminhada de mais um programa de intraempreendedorismo, dessa vez na Hidrovias do Brasil. Portos, armazenamento, operação, manutenção, onde podemos encontrar as melhores propostas e soluções? As oportunidades de transformação estão nas pessoas e seu olhar de ação para incômodos reais. É aí que surge o início do processo de inovação.
Divulgamos o “Desafio para Melhoria Contínua” com uma mensagem que alcançou o Pará, São Paulo e também o Paraguai: “E se você pudesse transformar o ambiente em que trabalha hoje?” Usando o conceito do “E se…” como propulsor de mudanças e tradutor da oportunidade de executá-las, despertamos a vontade de levar as ideias a um novo entendimento e estruturação, com a intenção de resolução de problemas tendo um fit com a solução, mercado e propósito.
Foram 4 meses de trabalho intenso, mais de 130 projetos inscritos e equipes formadas por até 5 participantes. Ideias inovadoras criadas por pessoas, a partir de problemas reais vivenciados por elas, e soluções desenvolvidas e refinadas com auxílio da metodologia Troposlab.
O projeto aconteceu em 4 fases. Durante a pré-aceleração intensificamos a investigação sobre os problemas, compreendendo a causa raiz, os diversos atores envolvidos e como lidavam com ele. Muito projetos, na contramão do que se espera, precisavam ser colocados no papel, pois tinham a prática anterior ao planejamento, e não junto a ele. O grande desafio foi levar conteúdo a todos colaboradores, não somente devido à distância, mas pela dificuldade em lidar com falta sinal de internet e o acesso a trabalhadores que passavam dias embarcados. Barreiras que se tornam pequenas diante do encontro entre a vontade e o empenho em transformar.
40 projetos seguiram para a fase de aceleração. Aqui, tivemos reuniões individuais com cada equipe, além de conteúdo por vídeo e atividades semanais. O foco, desta vez, foi a solução e seus impactos. Ampliamos a escuta, criamos um MVP, testamos, validamos e, assim, refinamos e aprimoramos cada solução em busca de um match perfeito.
A última semana foi de avaliação, com a participação da equipe Tropos e também o time da Hidrovias, na complexa tarefa de selecionar cinco representantes de iniciativas que seguiram no Desafio para o sprint de excelência em São Paulo. Equipes que nos surpreenderam, formadas por gente que havia saído de sua cidade no Pará para conhecer a capital paulista pela primeira vez, que voaram pela primeira vez. Pessoas que encontram na simplicidade uma potência de transformação, enriquecendo nossa reflexão e ampliando o olhar para o impacto de nossas ações e privilégios. Inovar é também sobre aproximar realidades e democratizar acesso.
Chegamos ao final do programa com cinco propostas vindas da operação ao administrativo, com apoio e aclamação da diretoria, que decidiu implantá-las e apadrinhá-las. Soluções trazidas por pessoas que vivem o dia a dia e lidam diretamente com os desafios. A proposta destaque se tornará símbolo do programa, com a modificação do uniforme, que considera a alta temperatura a que são expostos os colaboradores e as normas de segurança, trazendo conforto a todos e reverberando a mensagem de que as pessoas e o bem estar são prioridade.
Neste programa tivemos a participação de mais de 300 funcionários e é este o grande ponto de partida para a transformação de uma cultura de inovação: o profundo envolvimento e interesse das pessoas em criar soluções, colaborar e fazer parte da mudança.
Para que as pessoas sintam-se pertencentes, aptas a propor soluções e investigar problemas, é preciso que exista uma cultura propícia. Valorizar o que uma empresa tem de mais precioso, seu capital humano, e incentivá-lo a transformar a partir de suas percepções é a busca da Troposlab com nossos programas de intraempreendedorismo e transformação cultural, trazendo à tona pessoas como protagonistas.