O que é inovação em rede e por que essa abordagem está crescendo

  • Inovação em rede pode simplicar o processo e ser mais eficaz

Diversas são as significações de inovação, inclusive para inovação em rede, que a definem como uma maneira de gerar valor para as empresas. Por exemplo, Tidd e Bessant, no livro Gestão da Inovação, caracterizam a inovação como “um processo de transformar ideias em realidade e lhes capturar o valor”. Porém existe uma pergunta que precisa ser feita antes de tudo: De onde vêm as boas ideias?

Estamos acostumados com histórias de pesquisadores “heróis” que levam o mérito sozinhos por terem criado tecnologias revolucionárias, como o caso de Thomas Edison, conhecido por ter desenvolvido e patenteado a primeira lâmpada elétrica incandescente. No entanto, Edison tinha uma empresa nessa época, a Edison Electric Light Company, com uma equipe de suporte e infraestrutura à disposição para testar e validar novas tecnologias. Além disso, naquela época, outros diversos pesquisadores já trabalhavam no desenvolvimento de uma lâmpada elétrica.

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No TEDDe onde vêm as boas ideias”, Steven Johnson mostra uma história diferente sobre os momentos de inspiração individuais para o surgimento das boas ideias. Johnson conta sobre as “redes líquidas”, que surgiram nos cafés de Londres e poderiam ser consideradas os primeiros coworkings do mundo. Ademais, ele fala sobre os meios de comunicação atuais, que permitem a troca de informações instantaneamente entre as pessoas.

Mas há dois pontos importantes: 1) as informações trocadas nesses momentos e 2 ) a diversidade de visões das pessoas envolvidas para a construção das boas ideias inovadoras. Em síntese, é importante que as pessoas exponham nesses momentos quais foram seus erros e acertos. Também, que elas, com diferentes experiências e conhecimentos, coloquem à mesa a opinião crítica sobre o tema em discussão.

Então, as redes de inovação são um grupo ou sistema complexo e interconectado, construído por meio da realização de tarefas específicas e resolução de problemas complexos. Tidd identificou quatro argumentos que explicam por que utilizar as redes de inovação e aumentar os níveis de interação:

    1. Eficiência coletiva – facilitar e gerir a maneira de acesso a diferentes recursos por meio de um processo de compartilhamento em um ambiente complexo;
    2. Aprendizado coletivo – as redes facilitam o processo de compartilhamento de informações por meio de trocas de experiência, desafios de modelos e práticas com a busca por novas noções e ideias, que apoiam a experimentação conjunta;
    3. Enfrentamento coletivo do risco – com a ideia da rede de atividades coletivas é possível correr riscos maiores quando comparado com os riscos que uma pessoa isolada conseguiria vencer;
    4. Interseção de diferentes conjuntos de conhecimento – as redes permitem a construção de muitos relacionamentos entre fronteiras do conhecimento e abrem a organização participante para novos estímulos e experiências.

Ou seja, esses argumentos comprovam que a formação de redes de inovação torna o processo mais ágil, eficiente e assertivo.

Inovação em rede: Projeto Genoma

Um caso emblemático e de sucesso de trabalho de inovação em rede que revolucionou o mundo foi o Projeto Genoma Humano (PGH). Iniciado formalmente em 1990, o Projeto Genoma Humano foi um esforço internacional para desvendar o código genético de um organismo por meio do mapeamento dele.

O Projeto teve origem nos Estados Unidos e contou com a participação de 17 países, dentre eles o Brasil, e com o envolvimento de 250 laboratórios diferentes e mais de 5.000 pesquisadores para realizar o mapeamento. Inicialmente, o projeto tinha duração prevista de 15 anos. Porém, com o desenvolvimento tecnológico durante o período de execução, foi possível concluir o PGH em 14 de abril de 2003 com a sequenciação de 99% do genoma humano a uma precisão de 99,99%.

Com os resultados desse trabalho, considerado um modelo de inovação em rede, foram criados testes para predisposição de doenças de início tardio, tais como o Parkinson e o câncer de pulmão. E ainda testes de diagnóstico conclusivo de doenças genéticas, tais como a fibrose cística. Além disso, o bioquímico peruano Juan Carlos Castilla-Rubio, membro do Conselho Global para o Futuro do Fórum Econômico Mundial e um dos fundadores do PGH, estima que as indústrias químicas e farmacêuticas já desenvolveram avanços que resultaram em vários benefícios de saúde e receita de aproximadamente U$5 trilhões até 2018.

Na última década no Brasil, a inovação em rede também tem ganhado força e valor. E o movimento das grandes empresas em se aproximarem das startups é uma ótima demonstração disso. Os programas de aceleração de startups voltados para o desenvolvimento de soluções para os desafios das grandes empresas têm sido uma importante estratégia de inovação aberta, que também é um tipo de inovação em rede.

Algumas grandes empresas entenderam que, para conseguirem resolver problemas mais complexos, é necessário trabalhar em conjunto com outros atores. E, ao mesmo tempo, compartilhar e diluir os riscos no enfrentamento dos desafios. Além disso, que o trabalho colaborativo faz surgir ideias inovadoras que podem trazer soluções mais eficientes e eficazes.

Um bom exemplo é o caso da Iguá Saneamento, que em parceria com a Troposlab, lançou o Iguá Lab, programa que conecta o ecossistema de startups com os desafios do saneamento no Brasil e que pretende transformar o setor. As startups podem apresentar soluções para 5 tipos de desafios: Engenharia; Novos Negócios e Processos de Vendas; Relacionamento; Cidades inteligentes; Internet das Coisas. Se você se interessou por esse programa e quer conhecer outras iniciativas de inovação em rede que a Troposlab ajuda a realizar, clique aqui.

Por |2024-06-25T15:30:43-03:0005/08/2019|inovação aberta|

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