É muito comum que seja formado um Conselho Administrativo quando uma startup recebe investimento. Do ponto de vista do investidor, é bem claro qual é a vantagem de se formar esse tipo de estrutura de governança. O investidor não tem tempo de estar no dia a dia do negócio da mesma forma que o empreendedor, portanto, a formação de um Conselho ajuda a estar em dia com o status da empresa. Além disso, as principais decisões da empresa (seja porque envolvem um orçamento maior, seja porque mudam de forma mais profunda o modelo de negócios dela) são tomadas dentro do Conselho.
Mas e para a startup, como o Conselho pode ajudar no dia a dia?
A vida de empreendedor é muito solitária. Faltam pessoas para que ele discuta e veja pontos de vista diferentes. Mesmo que tenha sócios, a rotina acaba fazendo com eles tenham visões parecidas ou pelo menos influenciadas pelos mesmos fatores. Ter alguém de fora, como é o caso de um conselheiro, ajuda a oxigenar as ideias da empresa.
Outro ponto fundamental é a rotina de atualizar os quadros de indicadores da empresa. Nem sempre os sócios tem a disciplina de manter esses pontos atualizados. E, quando mantém, nem sempre é na frequência necessária. A presença de um Conselho, geralmente está atrelada ao envio e/ou apresentação de resultados do período. O simples fato de ter que produzir esses materiais faz com que os empreendedores olhem mais para os números da empresa e tenham discussões mais estratégicas.
É importante entender também que existem tipos diferentes de Conselho. Os Conselhos Deliberativos tomam decisões sobre o negócio, enquanto os Conselhos Consultivos são aqueles que ajudam a enxergar caminhos. Um bom Conselho Consultivo é aquele que traz dúvidas e novos pontos de vista para a startup. Nesse caso, mais do que decisões, o Conselho serve para fazer questionamentos que os empreendedores ainda não se fizeram.
É comum que os conselheiros sejam pessoas com mais experiência de mercado, cabe ao empreendedor se aproveitar disso. Alguns empreendedores vêem o Conselho com um olhar de chefe e entram nas reuniões esperando ordens do que fazer no seu negócio. Outros enxergam o Conselho como um inimigo, alguém que eles precisam dar algumas informações para que não barrem outros pontos da empresa. Nenhum dos casos é bom. O Conselho nunca vai ter o conhecimento do dia a dia que o empreendedor tem e por isso não deve ser seguido cegamente, mas também ignorar suas observações é uma perda de tempo para ambos os lados.
E por fim, gostaria de ampliar a visão de Conselho. Existem os Conselhos formais, com rotinas e cargos, mas essa função pode ser exercida por um mentor, um empreendedor amigo de outra startup mais experiente, um investidor que não formalizou um Conselho ou qualquer outra pessoa da sua confiança. Se a sua empresa ainda não está pronta para um Conselho, busque pelo menos aumentar a sua rede com mentores que poderão de ajudar e fazer provocações construtivas para ela.
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