Imagine uma situação: o ano é 2015, você acabou de criar uma fintech, ou seja, um banco digital, que tem todo o seu processo apoiado em tecnologia. Não existem agências físicas ou um gerente para que o seu cliente encontre e tome um cafézinho. O seu negócio é novo e totalmente diferente dos tradicionais bancos existentes. Logo, seu cliente tem muitos receios, principalmente por tratar de algo que ninguém gosta de perder: o próprio dinheiro.
Então surge o seguinte desafio: como a sua fintech pode ser amigável, gentil e confiável sem ter interações físicas? O Monzo, um banco europeu, viveu exatamente essa situação e encontrou no Design Thinking uma forma de ser querido e estar entre os 10 melhores bancos do mundo.
Este é só um dos milhares de exemplos de como as empresas utilizam o Design Thinking em sua estratégia corporativa. Mas, porque elas devem utilizar essa metodologia? Para responder essa pergunta, primeiro eu te faço uma outra: de onde surgirão as próximas grandes oportunidades de mercado? Pode parecer difícil de responder, mas as próximas oportunidades surgirão de nós mesmos. Somos nós, sejamos colaboradores ou empreendedores, que descobrimos as próximas grandes oportunidades de negócios. Eu tenho certeza que em algum momento você já teve uma ideia muito boa, deixou ela para lá e, quando percebeu, alguém teve a mesma ideia, executou-a e está ganhando dinheiro por meio dela. Se você se identificou com este exemplo, é porque em algum momento você descobriu uma oportunidade de mercado, mesmo sem tê-la colocado em prática.
Agora, imagina se você ou os colaboradores da sua empresa fossem inseridos em um ambiente que os estimulassem a serem criativos e inovadores? O potencial de descobrir grandes oportunidades de mercado seria muito maior, por isso, é tão importante que as empresas invistam em inovação e principalmente em seus colaboradores, ainda mais em épocas de transformação digital.
O Design Thinking, dentre as metodologias de inovação, é uma das mais utilizadas, porque não requer conhecimentos prévios ou uma formação especial, qualquer pessoa, seja ela empreendedora, diretora de tecnologia, analista de marketing ou operadora de fábrica está apta a desenvolver as ferramentas e trazer inovações para o seu campo de atuação.
De forma bem sucinta, não é nada mais do que uma metodologia focada em resolver o problema do cliente. Para se ter sucesso, geralmente iniciamos com um problema de um consumidor ou de uma área específica. Uma equipe ou até mesmo uma pessoa disposta a entender a real necessidade daquele cliente ou área e com um faro investigador se propõe a entender aquele real problema. Ao identificar a ponta do iceberg daquele dilema, é hora de ter coragem e liberdade de experimentar uma possível solução para resolver tal problema. Depois de criada a solução a gente volta a testá-la junto aquele comprador ou área que relatou o problema, aperfeiçoa a solução e lança o produto/serviço no mercado.
O Design Thinking já é uma realidade em muitas empresas, principalmente aquelas que revolucionam o mercado, como as startups mais valiosas do Brasil.
Mas voltando ao exemplo do início do texto, no caso do banco Monzo, em meados de 2015, as pessoas ainda não faziam tudo pelo celular e uma pesquisa realizada pelo time de design da fintech percebeu que a experiência do aplicativo dos bancos eram tão ruins que eles optavam por não usar. Em contrapartida, essas pessoas adoravam jogar no celular e estar nas redes sociais.
Foi aí que o Monzo encontrou a oportunidade de criar um aplicativo que fosse inspirado em games e que proporcionasse uma interação agradável para o usuário e o principal que facilitasse a vida dele.
O banco implementou o recurso de enviar notificações quando os clientes faziam uma compra com o cartão, mas essas notificações eram acompanhadas de emoticons, por exemplo, carinhas felizes, ícones de coração e caixinha de presente, entre outros, o que de cara já gerou uma identificação, uma proximidade e fez com que os usuários gostassem daquela experiência. A partir dessas e de outras interações com os seus clientes eles foram criando e aperfeiçoando os seus e serviços, se quiser mais sobre como o cliente pode impulsionar as próximas tendências, sugiro que você leia este texto aqui.
Há quem se engane achando que o Design Thinking só pode ser utilizado por startups, ou por empresas das áreas de tecnologia, pelo contrário pequenos empresários e os setores tradicionais como o de confecção também podem se beneficiar.
Uma marca de bolsas maternidade da região do ABC Paulista participou de um programa de inovação que tinha como principal pilar o Design Thinking. A marca completava 10 anos de existência e apesar dos bons resultados sentia a necessidade de expandir o seu portfólio. Mas, onde investir? Onde há mais oportunidade? O que os pais mais valorizam?
Para responder a essas e muitas outras questões, uma equipe multidisciplinar mergulhou a fundo no universo da maternidade para identificar quais eram os principais problemas que as mães e pais enfrentam nos dois primeiros anos de vida da criança.
Uma das primeiras descobertas era foi em relação a qualidade dos produtos, no caso, das bolsas maternidades a insegurança era a latente, até porque a bolsa maternidade é uma extensão da casa de um bebê, ali naquele compartimento tem que ter tudo que o bebê possa precisar quando estiver fora da casa, outros pontos também mencionados eram as dificuldades de encontrar os itens facilmente, além dos receios de um alça estourar, da mamadeira cair na bolsa e vazar, entre outros.
Porém, por mais que existissem esses problemas, a marca já tinha se atentado a eles, as bolsas tinham um alto controle de qualidade, as divisórias estavam ali e os tamanhos eram compatíveis com as necessidades dos itens de um bebê. Por que os clientes, em especial as mães, não conseguiam enxergar isso de forma clara? Porque nem sempre essa comunicação era efetiva, o que foi facilmente resolvido com uma campanha de marketing que refletia algo real: 90% da fábrica era composta por mulheres, quem estava costurando as bolsas maternidades em uma ambiente de trabalho digno e acolhedor eram mães, ou seja, uma mãe construindo um produto para outra e sabendo da importância que aquela bolsa tinha no dia a dia.
Mas, voltando ao segmento do novo negócio, um dos pontos que mais chamou a atenção da equipe foi uma fala constante das mães e pais: “As crianças crescem rápido e perdem as roupas em poucos meses”. Se você for mãe ou pai, também deve compartilhar desta dor ou ao menos já ouviu alguém falar sobre isso. Então, a marca desenvolveu macacões com ajustes que possibilitam que um bebê use dos seis aos 18 meses. Sem contar, que a marca também desenvolveu uma coleção unisex e em cores neutras, pensando num possível aproveitamento da peça para aquelas que desejarem mais um filho.
Esse foi só um exemplo, mas existem muitas outras empresas que utilizam o Design Thinking. A Natura desenvolve centenas de pesquisas e, inclusive, em uma delas foi na casa das consumidoras para entender a sua relação com produtos de higiene. Baseada nesse estudo lançou a linha Natura Todo Dia, uma das mais vendidas. A Samsung também utilizou do Design Thinking para criar uma linha de televisores direcionadas a classe C e D. O processo de ida a campo, envolveu entrevistas com consumidores que relataram que as constantes quedas de energia acabavam por prejudicar o televisor, sendo assim a marca lançou uma TV mais resistente às quedas de eletricidade, o que se tornou um grande diferencial.
Quer entender mais como o Design Thinking pode ser tornar o centro da estratégia da sua empresa? Chama o nosso time comercial para conversar!