Selecionar os “times certos” é crucial para o sucesso em programas de intraempreendedorismo

  • Como selecionar times empreendedores em programas de inovação

Programas de intraempreendedorismo tem ganhado cada vez mais força dentro das empresas, isso porque os seus resultados são importantes e transformadores. Um bom programa de intraempreendedorismo é construído para gerar resultados a partir de mudanças na cultura e de novas práticas mais eficientes. Já falamos, em outros textos (como aqui e aqui), que esses programas devem ser encarados como uma oportunidade para transformar a empresa, para que os processos empreendedores de inovação ganhem força e se mantenham constantes e perenes. 

ASPECTOS QUE DEVEM SEM CUIDADOS PARA OBTER SUCESSO EM PROGRAMAS DE INTRAEMPREENDEDORISMO 

  1. Boas metodologias e ferramentas para gerir e produzir a inovação;
  2. Metodologias sistemáticas para mudar a cultura e desenvolver práticas empreendedoras, incluindo os novos processos para inovar;
  3. Boas ideias e iniciativas;
  4. Os times certos de empreendedores;
  5. Um programa que consiga entrelaçar, de maneira funcional, todos os aspectos anteriores para que se obtenha resultados nos negócios, na cultura e para os empreendedores.

No texto presente queremos propor estratégias que mapeamos ao longo de nossas experiências com esses programas que vão ajudar sua empresa a selecionar os times certos de empreendedores (o quarto dos cinco aspectos principais). E consideramos que os times empreendedores “certos” são aqueles que vão encontrar (naquele momento) valor no programa proposto, que vão desenvolver suas habilidades empreendedoras, que vão adquirir muito conhecimento e que certamente poderão gerar os resultados desejados.

Vale ressaltar ainda que um bom time empreendedor está sujeito às condições específicas existentes em cada programa, se muda o contexto, mudam os parâmetros. Então, fiquem atentos e sejam cuidadosos, pois, os times certos virão sempre com muitas aspas, e por isso mesmo encaramos o “certo” como sendo sempre circunstancial. 

ASPECTOS QUE INFLUENCIAM O PROCESSO DE SELEÇÃO DE TIMES EMPREENDEDORES

  • Primeiro passo: O primeiro passo para selecionar bons times empreendedores é comunicar de maneira clara e muito assertiva qual é a proposta de valor que tem o seu programa, o que ele pode gerar para os empreendedores e quais resultados podem gerar para a empresa. Além disso, é preciso que os empreendedores entendam o tamanho da oportunidade que existe, quais são os problemas priorizados e como o programa será realizado. 
  • Segundo passo: É cuidar da experiência que os empreendedores terão ao longo de toda a jornada, desde o primeiro até o último contato que terão com o programa. E todos os processos podem ser direcionados para os resultados, mas precisam ser desenhados pensando no empreendedor que será o usuário do programa. Em geral os times empreendedores se comprometem mais quando os programas geram boas experiências para os times. 
  • Terceiro passo: É propriamente realizar uma seleção dos times que seja assertiva, que seja boa para os empreendedores e para o programa. E essa não é uma tarefa fácil, é preciso encontrar boas ideias e os melhores times. É muito comum as empresas valorizarem mais as ideias em detrimento dos times que irão executar tais ideias, mas muitas de nossas experiências nos fazem acreditar que esse é um erro fatal. Boas ideias não podem ser realizadas sem bons times, em nenhuma circunstância. Por isso mesmo, nos dedicamos muito para aprimorar cada vez mais o nosso processo de seleção, que possa identificar boas ideias, mas que principalmente possa identificar bons times. 

PONTOS-CHAVE PARA UMA SELEÇÃO SER MAIS ASSERTIVA

Qualquer processo de seleção que envolve pessoas e suas subjetividades é minimamente complexo, e por isso, alertamos ainda, que esses processos devem ser feitos idealmente por pessoas treinadas para observar o comportamento humano. E agora queremos propor alguns pontos para que sua seleção seja finalmente mais assertiva:

  • Expectativas com o programa: é preciso entender como os times estão percebendo a oportunidade, o que eles estão buscando especificamente no programa, o que estão identificando de motivadores para se candidatarem. É muito importante que os times tenham expectativas que estejam alinhadas com o que será oferecido, um desalinhamento nesse sentido causa frustração e baixo engajamento.
  • Processo de construção do time: é muito comum que as empresas permitam que os empreendedores tenham autonomia para formação de seus times, e isso é muito positivo e benéfico para o processo. Contudo, é preciso entender quais foram os critérios considerados por eles para formação do time, e em geral, os melhores resultados acontecem quando todas as pessoas possuem propósitos semelhantes e estão motivados pela ideia.
  • Experiências prévias: não há nenhum tipo de contraindicação para participar de processos de educação empreendedora, mas é muito importante entender qual é o momento pessoal dos empreendedores quando eles vão participar. Os times empreendedores aprendem mais e se engajam mais quando os programas estão calibrados com as experiências prévias de seus participantes. É preciso entender qual é o nível de maturidade que seu programa está contemplando, e assim, buscar formas de trazer as pessoas que se beneficiarão mais dele. Existem programas que favorecem níveis mais desenvolvidos, e outros que favorecem níveis menos desenvolvidos. Não há melhor ou pior, mas há mais assertivo e menos assertivo.
  • Diversidade de competências: em geral, times empreendedores que possuem maior diversidade de competências engajam mais nestes programa. Aparentemente, isso acontece porque encontram desafios diversos e isso faz com que eles busquem um revezamento muito equilibrado nas funções do projeto.
  • Percepções sobre empreendedorismo e inovação: esse é um dos aspectos mais complexos de se avaliar, mas é preciso ser contemplado. A forma com os empreendedores significam o empreendedorismo e a inovação podem influenciar muito os resultados de seus projetos. Em geral, percepções muito romantizadas são mais prejudiciais do que percepções menos romantizadas, e isso pode e deve ser trabalhado dentro dos programas.
  • Conhecimento sobre o desafio: em via de regra, os programas possuem objetivos claros e desafios bem descritos. Os times que possuem mais afinidade com o desafio proposto frequentemente avançam mais e rapidamente compreendem que todo o processo será orientado pelo problema que esse desafio busca resolver. 

Esses seis aspectos certamente ajudarão sua empresa a realizar uma seleção mais assertiva, e isso vai impactar nos resultados que os times selecionados irão alcançar. Mas ainda sobre o processo de selecionar, é importante também dizer que existem muitas maneiras de obter informações sobre os aspectos citados. E também já testamos vários caminhos para encontrar tais informações com o mínimo de ruídos possível. Nesses caminhos, descobrimos que a melhor opção é sempre mesclar formulários com perguntas objetivas e entrevistas semi-estruturadas. Em todos eles é muito importante explicar porque essas informações são importantes, que tudo será absolutamente sigiloso e ético, e mais ainda, deixar claro que essa etapa pode evitar resultados ruins para empresa, mas também frustrações e decepções para os empreendedores. 

Por fim, concluímos que o programa de intraempreendedorismo da sua empresa pode ser mais cuidadoso com o processo de selecionar seus times empreendedores, e esse cuidado pode trazer resultados mais profundos em todos os níveis. Para isso é preciso ter um processo de seleção muito sensível e desenhado com o objetivo de proteger o programa, mas, também seus empreendedores. 

Se quiser saber mais sobre as nossas ferramentas de seleção, sobre nossos entrevistas semi-estruturadas, ou sobre como analisamos todas as informações que coletamos sobre os times, entre em contato e marcamos uma conversa. 

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Me graduei em Administração (UIT) e em Psicologia (UFMG) com Mestrado em Cognição e Comportamento (UFMG). Atualmente sou doutoranda em Cognição e Comportamento (UFMG). Tive meu primeiro negócio em 2007, e não parei mais de empreender. Desde 2015 realizo pesquisas sobre comportamento empreendedor e produzido metodologias para desenvolver pessoas em ambientes de inovação. Nada me deixa mais feliz do que estar na companhia de pessoas que amo falando sobre o que realmente importa na vida.
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