Quem é o Agente de Comportamento Empreendedor?

Você já se perguntou o que faz uma pessoa empreender? Por que bons empreendimentos nem sempre alcançam o sucesso? Uma das definições de pessoa empreendedora que temos como norte  aqui na Troposlab é como sendo “a pessoa que se comporta para realizar seus empreendimentos, estejam eles em formato de ideias, projetos ou negócios”. Nós propomos que é o ambiente que vai exigir da pessoa que empreende as habilidades comportamentais empreendedoras, de maneira que ser empreendedor não é uma qualidade necessariamente inata, mas é alguém que possui um conjunto de formas de se portar perante desafios que aumentam a chances de sucesso em seus negócios e ideais. E a boa notícia é que isso pode ser aprendido. Assim, de que maneira estratégica é possível acelerar ideias e negócios tendo em vista a importância do comportamento nesses contextos desafiadores? É sobre o papel do agente de comportamento empreemdedor que falaremos neste artigo!

A parte humana do processo de empreender 

O empreendedorismo é historicamente visto como algo desenvolvido a partir de conhecimentos técnicos, de negócios e boas práticas corporativas. Se perguntarmos a uma pessoa aleatória na rua o que é uma pessoa empreendedora, é provável que a resposta vá em direção a alguém que possui bom conhecimentos de negócios, conhecimentos técnicos, alguém destemido e que vive em função do seu projeto, suportando pressões intensas, estresse diário e ambientes competitivos. 

Esse ideal de pessoa empreendedora não necessariamente é desconectado da realidade, ao contrário, possui aspectos que são importantes, relevantes e necessários para o processo de empreender. No entanto, tal descrição nos parece deixar de lado o componente humano de quem está por trás do processo empreendedor: aquele ou aquela que sente, que se arrisca, que aprende, que erra, que tem necessidade de rede e apoio e que, em muitos casos, não possui o ambiente propício para que seja reforçado comportamentos relevantes e que ajude a clarificar e trazer a consciência às partes da  experiência que são importantes e significativas nesse processo árduo, enquanto ser-humano-no-mundo. 

É claro que os fatores técnicos e de negócio são intrínsecos e importantes para os processos empreendedores, mas falar sobre a pessoa que se comporta para empreender, que é central nesse processo, se manteve em segundo plano durante muito tempo, coadjuvando seus sentimentos, emoções e habilidades  em desenvolvimento no contexto de inovação e educação empreendedora. 

A Troposlab, desde de 2013, observa a dificuldade e a lacuna metodológica existente na área, buscando proporcionar, sistematicamente, um modelo de intervenção, cientificamente embasado, focado na pessoa que empreende, atrelado e adicionado, estrategicamente, ao desenvolvimento técnico que é comum aos processos de aceleração de projetos e ideias.  É assim que, de forma inédita, desenvolvemos e estruturamos o papel do Agente de Comportamento Empreendedor. 

O Agente de Comportamento no contexto de Empreendedorismo e Inovação

Conforme discutimos em um outro artigo do nosso blog, intitulado “O papel do processamento comportamental no desenvolvimento de habilidades empreendedoras”, o agente de comportamento é o responsável por instigar o processamento comportamental e a generalização dos comportamentos empreendedores aprendidos para outros contextos. Mas o que isso significa? 

Durante o processo de aceleração de startups e programas de intraempreendedorismo, os empreendedores são constantemente expostos  a cenários e situações que demandam alguns comportamentos e formas de encarar e se portar que podem aumentar a probabilidade de sucesso ao lidar com o que se apresenta. 

É importante lembrarmos que o processo de empreendedorismo é marcado por incertezas, competitividade, altos níveis de estresse e necessidade de tomadas de decisões. Isso ocorre mesmo sem um grande aporte de experiências anteriores para dar embasamento a elas. 

São ambientes de risco que podem gerar sentimentos negativos e comportamentos que estão sob o controle desses sentimentos, que, de maneira geral, atrapalham a pessoa empreendedora em obter êxito ao desenvolver sua ideia e negócio. Assim, analisar o que acontece no contexto, como nos sentimentos com relação a isso, como isso afeta nosso comportamento e as consequências que podem surgir a partir disso, torna-se importante para darmos à pessoa empreendedora a possibilidade de, conscientemente, poder escolher movimentos que vão em direção ao que é importante para ela. 

Por outro lado, em um contexto como o que apresentamos até agora, e com a  própria experiência no nosso leitor ou leitora com o empreendedorismo e inovação,  fazer essas análises e conseguir desenvolver habilidades, outros repertórios e estratégias é complexo, dinâmico e muito desafiador. E é aqui que o agente de comportamento atua.

O Agente de Comportamento, então, é um profissional da Psicologia, embasado e fundamentado majoritariamente nas premissas da ciência da Análise do Comportamento, em mais de 20 conceitos dessa área do conhecimento,  e que compreende esse processo como um ambiente de aprendizagem e aquisição de repertórios. Assim, sua função é buscar , junto a pessoa que empreende, fazer análises do contexto e do que ele tem feito, através de diferentes ferramentas, métodos e conteúdos, e do que isso gera para o empreendimento e para a pessoa que o faz acontecer. 

Buscamos assegurar, então, que o empreendedor ou empreendedora consiga descrever, identificar e criticamente fazer relações sobre o que acontece no processo de aceleração e que isso se consolide como aprendizados para toda a sua jornada empreendedora, levando em consideração como essa pessoa sente e vive essa experiência,  de forma saudável e significativa. 

Vale comentarmos, por fim, que o Agente de Comportamento tem conseguido, de forma inovadora,  abrir um leque de possibilidades de atuação dentro da Psicologia, como Ciência e Profissão. Isso nos ajuda a levar a área de intersecção entre Empreendedorismo e Inovação e a Psicologia para outros patamares, impactando significativamente a área de Educação Empreendedora e aceleração de negócios. Ainda, contribui para uma prática da Psicologia mais inovadora, atrelada às novas demandas que surgem na contemporaneidade, nessas novas formas de se relacionar e se portar perante ao mundo e suas necessidades do agora.  

Quer conhecer mais sobre o Comportamento e Habilidades Empreendedoras? Recomendamos o texto 10 Habilidades essenciais para empreender com sucesso, e também, o Diagnósticos comportamentais e culturais no desenvolvimento de times empreendedores. Qualquer dúvida, escreva pra gente!

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Sou graduando em Psicologia pela UFMG e desde o início da minha trajetória acadêmica tenho me interessado pelas diferenças individuais, personalidade e comportamento nos desfechos profissionais da vida e no empreendedorismo. Possuo experiência atuando com desenvolvimento de pessoas em times de tecnologia e promoção da flexibilidade psicológica na vivência profissional. Ah, e gosto de compartilhar a vida com pessoas que me lembram constantemente o que é viver com significado.
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