A acelerada evolução das tecnologias e da cultura digital faz com que as necessidades das organizações também evoluam da mesma maneira. Assim, empresas que não se atentam a essas mudanças e não buscam soluções podem correr o risco de ficar defasadas e perder vantagens competitivas frente aos concorrentes. Contudo, o cenário encontrado é de organizações que já estão no limite do que conseguem fazer para atender constantemente às novas necessidades. E é nesse momento que você pode atuar como protagonista dessa transformação.
Como colaborador de uma empresa, você está estrategicamente posicionado para identificar essas necessidades e criar soluções inovadoras que as atendam, enquanto te preparam para o futuro (já falamos em outros momentos sobre o desenvolvimento de habilidade empreendedoras dos times que potencializam a inovação, como nesse texto aqui). Novas demandas requerem novas abordagens, e nesse texto você vai saber um pouco mais sobre uma delas: o Design Thinking.
O Design Thinking é utilizado por empresas inovadoras e propõe 5 fases nas quais suas habilidades e competências serão desenvolvidas, te deixando mais confiante em relação à sua capacidade de resolver desafios e te permitindo criar soluções inovadoras. Você é capaz de fazer a diferença no seu ambiente de trabalho!
O Design Thinking é uma abordagem focada no ser humano, que propõe o exercício empático de entender as necessidades e as motivações das pessoas ao seu redor – nesse caso, são os diretores, os gerentes, os analistas, os operadores, os estagiários e todos os demais colaboradores da empresa onde você trabalha. Trata-se de um processo colaborativo no qual se acredita que várias pessoas pensando juntas são mais criativas do que um único indivíduo. É também um processo baseado na crença de que todos são capazes de desenvolver ideias, independente dos desafios encontrados (como complexidade do problema, restrições de orçamento, etc). Traduzindo: soluções inovadoras são possíveis e você pode ser o responsável por isso. Trata-se de um processo experimental que te permite errar e aprender com seus erros. Você estará sempre repensando e aprimorando as suas ideias.
Antes de começar propriamente com o processo de design, você deve definir com clareza um desafio e descrevê-lo de maneiras simples, preferencialmente como uma pergunta. Os próximos passos são esboçar os objetivos finais nos quais você deseja chegar e planejar o projeto com a criação de um plano de trabalho e de um cronograma. Não tem problema se você não souber muito bem como realizar essas atividades, trata-se apenas de um exercício inicial que será aperfeiçoado ao longo do processo. Outro ponto importante é que o trabalho seja feito em grupo, visto que a colaboração faz parte do Design Thinking. Sugere-se também que você tenha um espaço físico de trabalho com materiais como post-its coloridos, canetas coloridas, tesouras, papéis de tipo variado, etc.
Fase 1: Descoberta
A fase de descoberta tem como objetivo construir uma base sólida para o desenvolvimento das suas ideias. Você deve escolher um grupo e, junto dele, revisar o desafio para entender o motivo pelo qual esse problema em especial foi escolhido para ser trabalhado. Se for necessário, seu grupo pode mudar o desafio escolhido, indo à causa raiz do problema, por exemplo. É importante que todos compartilhem seus conhecimentos a respeito tema. Vocês podem anotar essas informações em pequenos papéis adesivos. É essencial definir o público para o qual se deseja criar uma solução.
O próximo passo é a realização de uma pesquisa e a coleta de inspirações. Vocês devem realizar entrevistas individuais e em grupo para aprender sobre o assunto com os usuários envolvidos no contexto do problema. Não pergunte o óbvio, peça para a pessoa contar sobre seu processo de trabalho, rotina, desafios, assim você vai entender se o problema é realmente um problema para seu cliente.
Fase 2: Interpretação
A fase de interpretação tem como objetivo gerar insights e criar oportunidades a partir do trabalho feito na fase de descoberta. O primeiro passo consiste na documentação dos aprendizados com a pesquisa e no compartilhamento deles entre o grupo para gerar um conhecimento coletivo. Feito isso, seu grupo deve agrupar as informações coletadas em busca de ligações e temas em comum, criando categorias de diferentes aspectos que devem ser considerados na solução, e definindo insights a partir dos aprendizados com a pesquisa. O próximo passo é apresentá-los de maneira visual utilizando post-its, canetas coloridas, etc.
Fase 3: Ideação
Na fase de ideação são criadas várias novas ideias a partir de um brainstorming. As ideias mais promissoras devem ser selecionadas, combinadas com ideias complementares, discutidas e esboçadas. Feito isso, elas devem ser refinadas, considerando obstáculos para seu desenvolvimento. Nesse momento ideias podem ser arquivadas e novas ideias podem ser geradas, a partir de um novo e rápido brainstorming.
O próximo passo é descrever o conceito das ideias selecionadas de maneira mais detalhada e estruturada.
Fase 4: Experimentação
Na fase de experimentação são elaborados protótipos com o objetivo de tornar as ideias mais tangíveis para discussão sobre como melhorá-las e refiná-las. Um protótipo pode ser uma simulação de um serviço, um power-point, o desenho de um novo processo. Vale ressaltar que o protótipo não ficará pronto na primeira vez e que mudará ao decorrer do tempo, por isso não seja preciosista. O próximo passo é colher feedbacks com participantes que experimentaram o protótipo, a partir de um roteiro de perguntas. É importante lembrar de registrá-los e, a partir das respostas dadas, você deve selecionar o que será integrado à ideia em desenvolvimento ou eliminado.
Fase 5: Evolução
A fase de evolução consiste no desenvolvimento da ideia ao longo do tempo. O primeiro passo é a definição de critérios de sucesso e de impacto do projeto para guiar e avaliar o desenvolvimento. Depois são definidas as próximas etapas do projeto e é criado um cronograma com as tarefas e com os líderes responsáveis por elas. Para alcançar o seu máximo potencial, o projeto deve ser compartilhado com outras pessoas, como por meio de parcerias. Por fim, sugere-se criar uma comunidade em rede para troca de experiências.
Você pode começar seguindo esses passos com um problema mais simples, para entender a dinâmica do Design Thinking e ganhar confiança. Pesquise mais sobre a metodologia se necessário. O mais importante é começar a fazer parte das mudanças que sua organização precisa, da construção de soluções inovadoras que podem ajudá-la a enfrentar uma crise, evoluir na transformação digital ou gerar pequenos resultados que vão fazer sua área ou empresa mais produtiva. Bom trabalho!
P.S: Esse texto foi baseado no livro “Design Thinking para educadores” (Instituto Educadigital, São Paulo, 2014), da autora Priscila Gonsales.