Pufes coloridos, videogame e escorregador… em meados de 2018, as empresas que tinham tais atrativos eram sinônimo de empresas modernas, inovadoras e estavam na lista das mais desejadas para trabalhar. Passados quatro anos e uma pandemia avassaladora, ficou comprovado que para possuir o adjetivo de moderna e inovadora, as empresas têm que ter muito mais que espaços divertidos e horários flexíveis.
Mas, por que é tão difícil inovar, a menos que você seja uma startup? Um dos nossos palpites é que, assim como muita gente acreditava que pufes coloridos e videogame no horário de trabalho era sinônimo de inovação, investir exclusivamente em tecnologia e transformação digital, lhe garante o passe de empresa inovadora e que a partir de então todos os desafios corporativos serão resolvidos. Mas, a realidade não é bem assim, principalmente, quando temos uma tríade: processos, pessoas e cultura.
Inserir novos processos e avançar em termos tecnológicos é essencial a qualquer tipo de negócio, ainda mais em tempos de dados e metaverso. Mas, nada adianta se pensarmos exclusivamente em tecnologia, mas não levarmos em consideração a quem ela deve servir, no caso, as pessoas. Um relatório da Futurum Research, em parceria com a Pega, ouviu 500 líderes e empregados na América do Norte e Europa e mostram dados que acende um farol amarelo: 94% dos colaboradores se sentem excluídos da transformação digital da empresa em que trabalham e 45% dos profissionais não sabem como ajudar suas empregadoras nesse processo.
Esses dados são a ponta de um iceberg e, para ilustrar, podemos citar a Crowe, multinacional de consultoria e auditoria que tentou um processo de transformação digital em seu escritório brasileiro. Em um primeiro momento, levou em consideração apenas as lideranças, e o resultado não poderia ser outro: metas não foram batidas e alguns projetos não saíram do lugar. O principal motivo foi que, com exceção aos líderes, os colaboradores não viam motivos para aderir às mudanças impostas, sem contar a inexistência de uma cultura de transformação. Mas, a Crowe está longe de ser uma exceção. A Cogna, uma holding de educação de Belo Horizonte e uma das maiores empresas de educação do mundo, tem a inovação como uma das pautas em sua agenda desde 2018, mas também já cometeu alguns erros como a ânsia em implementar inovações e pular processos, o que gerou dúvidas e despreparo da equipe. Atualmente as inovações são implementadas por fases.
O cenário da maioria das empresas que buscam a inovação é muito similar, existem desafios e é necessário resolvê-los com urgência, mas não é uma tarefa fácil e linear, inclusive para os altos cargos de gestão. Somados a isso, tem a questão dos prazos curtos, da falta de orçamento, discussões onerosas, além da falta de ferramentas, processos e de encontrar parceiros adequados para tal empreitada – essas três em especial são as principais dificuldades citadas pelas empresas ao inovar, de acordo com o relatório da Futurum Research e Pega.
Nesse emaranhado, nem sempre os colaboradores são ouvidos ou, quem dirá, incentivados a falar, agir e botar as suas ideias em prática. Até porque, reunir colaboradores e ouvi-los não é garantia que os problemas serão resolvidos, muito menos é um processo barato e rápido, exige tempo, mudanças culturais e inclui riscos. Mas, sem dúvida, é um dos caminhos mais assertivos.
Por que inovar em um startup é mais fácil?
Há quem não concorde, mas grande parte dos especialistas em negócios são unânimes em dizer que a inovação pressupõe riscos e que as startups lidam melhor com isso e, consequentemente, tendem a ser mais inovadoras. Mas, não é só isso, existem outros fatores que contribuem, e muito, para que as startups tenham mais habilidade ao inovar. E estas estão basicamente divididas em dois fatores, os estruturais e os humanos.
As startups em sua maioria nascem dinâmicas, adaptadas para errar e prontas tomar decisões rápidas. Já o cenário em corporações nem sempre é o mesmo, há uma história que ilustra bem essa diferença. Um barco de pequeno porte quando quer mudar a sua rota faz isso com agilidade. Em questões de segundos se adapta ao novo percurso, pois a sua estrutura permite isso. Diferentemente de um transatlântico que, com os seus mais trezentos metros e muitas toneladas, precisa agir com cautela, pois para ele é muito complexo e arriscado redirecionar rotas. Sendo assim, podemos comparar as startups aos pequenos barcos e os transatlânticos às grandes empresas.
O segundo fator, é o humano: inovar é um processo que exige que você inicialmente se desprenda de pensar em qualquer tipo de solução – o que é um trabalho árduo. E depois, que se coloque a pensar em diferentes cenários, avaliar as ideias, testar, retomar antigas ideias, rever, testar e por fim tomar uma decisão, que pode ou não ser assertiva. Nem sempre os gestores estão dispostos a se submeter a estas experiências ou permitir que os colaboradores passem por ela. Já nas startups esse processo dinâmico de inovação faz parte do DNA da cultura e se desenvolve de maneira muito mais fluida.
Não podemos ser pessimistas em pensar que inserir em inovação é um processo oneroso, pelo contrário, é desafiador, ainda mais se pensarmos que o custo de uma boa ideia pode ser ilusório diante do seu impacto positivo no negócio.
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